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Equipe Grano

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Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dra. Renata Rodrigues da Cunha Colombo Bonadio concluiu residência em clínica médica, pela mesma instituição, em 2015; e em oncologia clínica, pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), em 2019. Atualmente é doutoranda na FMUSP, estudando o câncer de mama.

Atualmente, é médica oncologista da Oncologia D’Or e gerente médica de Pesquisa Clínica no Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. Também é líder do Comitê Científico de Tumores Triplo-Negativos do Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAM).

Entre as suas contribuições científicas, estão pesquisas sobre avanços no tratamento do câncer de mama triplo-negativo; epidemiologia do câncer de mama e desafios do sistema de saúde no Brasil; câncer hereditários e riscos relacionados ao tratamento; oncologia de precisão e desenvolvimento de estratégias baseadas em biomarcadores; entre outras.

É associada da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) desde 2017, tendo passado pelas posições de editora do SBOC Review, em 2023, e membro do Comitê Educacional, em 2024. Atualmente, é membro do Comitê de Tumores Mamários da instituição. Em fevereiro deste ano, Dra. Renata compartilhou com a SBOC o seu relato enquanto paciente oncológica.

Por conta dessa atuação expressiva em poucos anos de carreira, ela acaba de ser contemplada com o Prêmio Jovem Oncologista SBOC – principal congratulação da entidade a oncologistas de até 40 anos que sejam reconhecidos pela contribuição à especialidade e que tenham atuação comprovada em pesquisa e divulgação científica.

Os premiados serão homenageados e receberão seus troféus durante a Sessão Plenária do XXVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, em 7 de novembro, às 17h20.

Nos anos anteriores, receberam essa premiação: Dr. Denis Jardim (2019), Dr. Romualdo Barroso (2021), Dr. Pedro Henrique Isaacson Velho (2022), Dr. Rodrigo Munhoz (2023) e Dr. Daniel Girardi (2024)

A SBOC conversou com Dra. Renata Bonadio e fez a ela três perguntas sobre a sua carreira como oncologista clínica. Confira a seguir:

Como a oncologia surgiu na sua vida e por que escolheu esta especialidade?

Desde muito cedo, eu sempre fui encantada pela ciência e pela biologia. Na faculdade, eu me envolvi com a pesquisa logo nos primeiros anos. Mas foi no quarto ano da graduação que eu comecei a ter contato mais direto com a Oncologia Clínica. Descobri uma especialidade que une o cuidado humano, a escuta e o vínculo com o paciente a uma base científica muito sólida. Na forte relação médico-paciente da oncologia percebi que o oncologista sempre pode fazer a diferença. Já a pesquisa em oncologia reforçou esse papel dinâmico e transformador da ciência, que muda a história. Essa combinação entre ciência e humanidade foi o que me fez escolher a oncologia.

Na sua opinião, qual será o futuro da oncologia clínica?

Na minha opinião, o futuro da oncologia clínica está fortemente ligado à contínua evolução da medicina de precisão. Caminhamos para um cenário em que cada vez mais usaremos marcadores biológicos e moleculares para direcionar as escolhas terapêuticas, permitindo selecionar o tratamento mais adequado para cada paciente. Acredito que esse avanço também será fundamental para orientar o sequenciamento das terapias — entendendo melhor quais mecanismos de resistência surgem ao longo do tratamento e como essas informações podem influenciar as próximas decisões terapêuticas. Vejo, ainda, um papel importante da precisão na outra ponta: o descalonamento de terapias. Isso significa poder poupar, de forma segura, pacientes de tratamentos mais intensos ou tóxicos, sem comprometer os resultados. Além de reduzir efeitos colaterais, essa abordagem também pode minimizar o impacto financeiro do tratamento, tornando o cuidado oncológico mais sustentável.

⁠Poderia nos indicar alguma frase, música, poema ou qualquer outro trecho de texto que você goste muito?

Gosto muito da frase: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”, de Antoine de Saint-Exupéry. Acho que essa frase se aplica a muitas situações na vida. Na oncologia, exames e imagens são importantes, mas o vínculo, o cuidado e a confiança são essenciais, não só na relação com o paciente, mas também entre colegas. A medicina também é feita de aspectos que não se medem, mas se sentem.

O Ministério da Saúde recebeu nesta segunda-feira, 13 de outubro, no almoxarifado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), o primeiro lote de Trastuzumabe Entansina – medicamento essencial incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento do câncer de mama HER2 positivo. A chegada do medicamento ao Brasil marca um avanço histórico no acesso a terapias modernas e personalizadas no país.

Indicado principalmente para pacientes que ainda apresentam sinais da doença mesmo após a quimioterapia inicial, o Trastuzumabe Entansina oferece uma nova possibilidade de controle e qualidade de vida para milhares de mulheres brasileiras.

“A incorporação desse medicamento ao SUS é um marco para a oncologia nacional”, comenta a Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira. “Trata-se de um tratamento de altíssima eficácia, que já demonstrou impacto significativo na sobrevida e na qualidade de vida das pacientes com câncer de mama HER2 positivo. A incorporação dessa terapia é uma vitória para as mulheres e para o sistema público de saúde brasileiro”, complementa a oncologista que participou do evento de recebimento do medicamento. 

foto sboc noticia1025A priorização e avaliação de novos medicamentos a serem incorporados ao SUS estão entre as áreas de atuação do Comitê de Assessoramento Técnico em Oncologia ao Ministério da Saúde, formado pela SBOC e seus especialistas. O grupo contribui com análises baseadas em evidências científicas, custo-efetividade e impacto orçamentário, garantindo que as decisões da Pasta sejam sustentadas por critérios técnicos e pelo compromisso com a equidade.

“Esse resultado é também um reconhecimento do esforço conjunto de especialistas que integram o comitê da SBOC e trabalham para garantir que as melhores práticas e tecnologias cheguem a todos os brasileiros, de forma equitativa e sustentável”, complementa Dra. Angélica.

Segundo o Ministério da Saúde, ao todo, serão quatro lotes do medicamento. As próximas entregas estão previstas para dezembro de 2025, março e junho de 2026. Os insumos atenderão 100% da demanda atual pelo medicamento no SUS, beneficiando 1.144 pacientes em 2025.

Com essa incorporação, o Brasil se alinha às recomendações internacionais de tratamento para o câncer de mama HER2 positivo e reafirma o papel da SBOC como parceira estratégica na construção de políticas públicas de saúde oncológica.

O Governo Federal anunciou, em 7 de outubro, a regulamentação da Lei da Pesquisa Clínica. A nova legislação pretende trazer mais segurança jurídica para o setor, atraindo investimentos em inovação e impulsionando uma área estratégica para o desenvolvimento científico e industrial do país, ao mesmo tempo fortalecendo a segurança e a proteção dos participantes.

Diante do novo marco, o membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) Dr. Fábio Franke acredita que agora há normas claras do que deve ser praticado em pesquisa clínica e que o país terá processos mais ágeis, tanto na aprovação ética de estudos, quanto na aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tendo a possibilidade de atrair ainda mais estudos.

O novo modelo reduz de 180 dias para 30 dias o processo de avaliação dos projetos pelos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) e para 90 a avaliação da Anvisa. Pesquisas que sejam consideradas estratégicas para o Sistema Único de Saúde ou em casos de emergências sanitárias poderão ser avaliadas em até 15 dias.

A nova lei determina que, em casos de doenças graves e sem alternativas de tratamento, os pacientes que apresentem benefícios tenham garantida a continuidade do tratamento por até cinco anos após o término da pesquisa. Além disso, foram detalhados os mecanismos de consentimento livre e esclarecimentos, de modo a fortalecer a proteção dos pacientes.

Grupos vulneráveis – como crianças, gestantes, povos indígenas e pessoas privadas de liberdade – ganharam regras específicas, para que seja assegurado tratamento ético diferenciado e medidas específicas de salvaguarda em pesquisas com esses grupos.

Também foi definido um novo modelo de governança. O Sistema Nacional de Ética em Pesquisa com Seres Humanos será composto por duas instâncias: a Instância Nacional de Ética em Pesquisa (Inaep) e a Instância de Análise Ética em Pesquisa (formada pelos CEPs).

A Inaep funcionará de maneira normativa, consultiva e fiscalizadora, sendo formada por representantes dos Conselhos Nacionais de Saúde das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, dos Ministérios da Saúde, da Educação e de Ciência, Tecnologia e Inovação e da Anvisa. Especialistas independentes serão selecionados via edital público, com critérios que promovam diversidade regional, étnico-racial e interdisciplinaridade.

“Acreditamos que essa composição esteja adequada, mas nós, da SBOC, vamos atuar de maneira direta para dialogar com o Ministério da Saúde sobre a composição dessa instância nacional, para que ela seja sempre imparcial e isenta de vieses que possam interferir no andamento da pesquisa clínica”, afirma Dr. Franke.

Por fim, a atual Plataforma Brasil – base unificada de registrados de pesquisas – será substituída, até o final do próximo ano, pela Plataforma de Pesquisas com Seres Humanos. A nova tecnologia irá aprimorar o monitoramento de estudos em execução de forma integrada, ampla e simultânea, buscando garantir que todas as regiões do país sejam beneficiadas com pesquisas clínicas.

Essa mudança, na avaliação do diretor da SBOC, ainda exigirá muito trabalho dos atores do setor. “Até a substituição da Plataforma Brasil, vamos atuar para realizar um aprimoramento da nova ferramenta. Observamos, porém, com esta regulamentação, que as coisas começam a andar e que temos uma grande perspectiva para a pesquisa clínica em todo o Brasil”, afirma.

Desde o início dos debates sobre pesquisa clínica no Congresso Nacional, a SBOC desempenhou função importante participando de audiências e consultas públicas. “Tivemos um papel ativo ao longo dos anos. Estamos satisfeitos com essa nova legislação, que reflete um dos objetivos da entidade, que é promover e divulgar a pesquisa clínica oncológica”, completa Dr. Franke.

Em alusão ao Outubro Rosa, o Senado Federal realizou ontem, 9 de outubro, uma sessão especial com a presença de representantes da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). O encontro destacou a importância da conscientização, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado no enfrentamento do câncer de mama no país.

Diretora da SBOC, Dra. Daniele Assad reforçou as ações da Sociedade e defendeu ações práticas em torno de eixos como rastreamento estruturado e acessível, com estratégias de busca ativa e individualização conforme o risco clínico.

“A SBOC tem colaborado com o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) por meio de propostas concretas, como a criação de grupo técnico para priorização de tecnologias, centralização de compras de medicamentos e ampliação da pesquisa clínica”, argumentou.

Também membro da Diretoria da SBOC, Dra. Danielle Laperche ressaltou alguns avanços recentes, como a ativação do PCDT do câncer de mama e o alinhamento técnico entre o Ministério da Saúde e os oncologistas clínicos, que na sua avaliação tornou as políticas públicas mais eficazes, com ações ágeis e assertivas.

Dra. Danielle lembrou que teoria e prática nem sempre caminham juntas e destacou a relevância do diagnóstico precoce para reduzir os altos índices de mortalidade por tumores de mama. A oncologista também ressaltou a influência das questões estruturais. A disparidade no câncer de mama é ainda maior entre a população negra.

“A taxa de mortalidade e o diagnóstico em estágio avançado estão muito relacionados ao racismo estrutural, à falta de atenção dedicada a esses grupos e a fatores sociais. Não há dúvida de que o acesso faz diferença”, explicou. “O tratamento existe, mas as pacientes precisam alcançá-lo. É necessário que trabalhemos juntos. Entidades como a SBOC e grupos de estudo estão à disposição para oferecer dados e apoio técnico”, sintetizou.

Outro componente da mesa foi o diretor do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e ex-presidente da SBOC (gestão 2003-2005), Dr. Roberto Gil. Atualmente, disse, o INCA estima cerca de 73,6 mil novos casos no Brasil ao ano. “20 mil mulheres perderão a vida por causa da doença, tornando-se a primeira causa de morte entre mulheres. O câncer de mama apresenta a maior incidência de câncer feminino em todas as regiões do país”, alertou.

Segundo o Diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, Dr. José Barreto Campello Carvalheira, o momento representa um avanço significativo. “Lançamos os primeiros PCDTs da oncologia clínica, incorporamos tecnologias de alto custo e fortalecemos diversas etapas do cuidado oncológico. Estamos atuando em vários pontos, e isso é um grande ganho, porque tempo é vida na oncologia”, defendeu.

Também estiveram presentes na sessão a secretária nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, Sandra Kennedy; a Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (Regional DF), Dra. Lucimara Veras; e a médica mastologista Dra. Angélica Esterl.

Sexualidade após o câncer

Podcasts Quinta, 09 Outubro 2025 21:19

Dra. Sabrina Rossi Perez Chagas (Comitê de Cuidados em Sobreviventes da SBOC) e Dra. Maria Cristina Figueroa Magalhães (Associada SBOC em Curitiba) falam sobre a sexualidade após o diagnóstico de câncer de mama.

 

O jornal Estadão destacou em reportagem os principais desafios enfrentados no combate ao câncer no País. Entre os pontos levantados, está a falta de diversidade nas pesquisas clínicas.

O oncologista Jessé Lopes, membro fundador do Comitê de Diversidade da SBOC, ressaltou que a análise do câncer precisa levar em conta a autodeclaração racial e a ancestralidade dos pacientes. “A população negra sofre historicamente com iniquidades sociais, econômicas e de saúde que afetam suas vidas ao longo de gerações. Essas condições deixam marcas epigenéticas no corpo”, afirmou Lopes.

Segundo ele, ampliar os estudos nessa área é fundamental para compreender o comportamento mais agressivo da doença em determinados grupos e avançar em estratégias de equidade no tratamento. 

Leia a matéria na íntegra

Dra. Ana Carolina Messias (Comitê Multiprofissional da SBOC), Cristiane Decat Bergerot (Coordenadora do Comitê de Cuidados Paliativos da SBOC) e Dra. Camila Kelly Chiodi (Comitê de Cuidados em Sobreviventes da SBOC) falam sobre a importância do cuidado coordenado multidisciplinar na jornada do paciente oncológico.

 

A reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo aponta que pacientes com câncer no SUS podem esperar mais de dois anos — em alguns casos, até 11 anos — para ter acesso a medicamentos inovadores já incorporados oficialmente ao sistema público. A presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, ressaltou ao jornal que esse atraso compromete diretamente as chances de vida: “É um atraso que pode representar a diferença entre a cura e a morte, entre a progressão e a estabilização do tumor”.

Dra. Angélica também destacou as consequências emocionais e sociais da demora no acesso: “Do ponto de vista psíquico, é uma angústia grande para o paciente saber que existe um medicamento eficaz, aprovado, mas inacessível. Isso gera sofrimento, depressão e sentimento de abandono para os pacientes e seus familiares”. A SBOC tem dialogado com o Ministério da Saúde por meio de um comitê de assessoramento, propondo critérios de prioridade e base científica para acelerar o acesso.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) promove, até 06 de outubro, a Consulta Pública (CP) Nº 78.

A tecnologia avaliada é:

Vacina recombinante adjuvada

Indicação: Prevenção do Herpes-zóster em idosos com idade ≥ 80 anos e indivíduos imunocomprometidos com idade ≥ 18 anos

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) promove, até 29 de setembro, a  Consulta Pública (CP) Nº 161 , recebendo contribuições para as recomendações preliminares relacionadas às propostas de atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.

A tecnologia avaliada em oncologia é:

Cloridrato de alectinibe

Indicação: Tratamento adjuvante de câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) de estágio IB (tumores =4 cm) até IIIA após ressecção do tumor que seja positivo para quinase de linfoma anaplásico (ALK)

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