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Aprovado o novo programa para formação do oncologista no Brasil

Notícias Quarta, 10 Outubro 2018 10:22
Rafael Kaliks, Renan Clara, Rosana Leite de Melo e Lincoln Ferreira Rafael Kaliks, Renan Clara, Rosana Leite de Melo e Lincoln Ferreira

Durante a reunião plenária da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), em 19 de setembro, foi aprovado o novo Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica (PROC) elaborado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). O Dr. Rafael Kaliks, coordenador do grupo de trabalho formado pela SBOC, apresentou a proposta aos membros da Comissão. A iniciativa é da área educacional da SBOC, que tem como vice-presidente o Dr. Rodrigo Munhoz e como gerente geral o Dr. Renan Clara. “Além de conter a matriz de competências para a formação do oncologista clínico no Brasil, modelo que a CNRM vem adotando em todas as especialidades médicas, o PROC é abrangente e traz avanços importantes”, afirma Kaliks.

Um deles é padronizar a avaliação não somente do conhecimento teórico, mas também do comportamento do residente durante o treinamento. Outro ponto de destaque é que a própria SBOC assume a responsabilidade de prover conteúdo didático ainda não oferecido por boa parte dos programas no país. São áreas de conhecimento específico consideradas pela SBOC fundamentais para o exercício da moderna oncologia e para o próprio fortalecimento dos serviços de atendimento oncológico no Brasil, a exemplo de biologia molecular, genômica tumoral e oncogenética.

O vice-presidente da SBOC para Ensino da Oncologia, Dr. Rodrigo Munhoz, conta que outra inovação foi reduzir a carga horária relativa a cuidados na enfermaria e aumentar a de atividade ambulatorial, em pronto socorro, principalmente no primeiro ano. “É uma maneira de diminuir a dependência dos serviços do residente, mas mantê-lo como figura importante da assistência. Ainda que haja uma parte de enfermaria muito pesada, a oncologia é uma atividade eminentemente ambulatorial”, explica. “Esse é um conceito que pretendemos passar desde o começo da residência: permitir ao residente esse convívio com o paciente ambulatorial desde o início do treinamento”, enfatiza Munhoz.

Um outro avanço do PROC consiste em possibilitar a individualização da formação do residente durante o terceiro ano, conforme seus propósitos. Caso o médico tenha mais interesse em atuar com pesquisa, poderá ter uma carga horária maior nessa área. Se tiver interesse na área de educação ou administração, poderá receber treinamento específico, desde que o programa de residência em questão esteja capacitado para este treinamento.

Contribuição real

A matriz de competências, uma lista de competências que o residente deve ter ao final de cada ano, foi atualizada no novo PROC depois de dez anos sem alterações. “A expectativa é realmente de que o PROC traga uma contribuição real para aperfeiçoar os programas de residência”, destaca o Dr. Rafael Kaliks.

“Esta revisão do currículo foi uma etapa importante na estruturação da SBOC, agora assumindo a cadeira de filiada à Associação Médica Brasileira [AMB]. Esse era um desejo antigo da Sociedade por conta dos avanços do conhecimento em oncologia, da mudança das técnicas de didática e do crescimento e da complexidade da oncologia como um todo”, diz o Dr. Rodrigo Munhoz. “Tentamos estruturar um currículo que seja aplicável a diferentes cenários no Brasil.”

O Dr. Sergio D. Simon, presidente da SBOC, havia entregado em agosto o Programa agora aprovado à Dra. Rosana Leite de Melo, secretária executiva da Comissão Nacional de Residência Médica. O grupo de trabalho para elaborar o novo modelo foi formado por Simon, Munhoz, Kaliks e por representantes de programas de referência no país: Dra. Carolina Fittipaldi Pessoa (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA), Dr. Daniel Cubero (Faculdade de Medicina do ABC), Dr. Daniel Saragiotto (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP), Dra. Daniela Galvão (Hospital Santa Izabel – Salvador/Bahia), Dr. José Augusto Rinck Jr. (AC Camargo Cancer Center), Dr. Pedro Liedke (Hospital das Clínicas de Porto Alegre – HCPA) e Dr. Sergio Vicente Serrano (Hospital de Câncer de Barretos/Hospital de Amor – Fundação Pio XII).

“Mais do que uma prioridade, era uma das obrigações da atual gestão da SBOC e ficamos muito satisfeitos em conseguir construir e aprovar o PROC. A intenção é revisitá-lo, com o passar do tempo, para que consigamos sempre adequar o currículo aos avanços que vivemos na oncologia”, frisa o vice-presidente da SBOC para Ensino da Oncologia.

Uma vez aprovado na CNRM, agora a SBOC aguarda a publicação do Programa no Diário Oficial da União. O presidente da AMB, Dr. Lincoln Ferreira, participou da sessão da Comissão em apoio à SBOC e a todas as sociedades de especialidade que estão atualizando seus programas.

A previsão da SBOC é que o novo Programa seja implantado gradualmente, com início em 2019 e término no ano de 2021, por todos os serviços que têm residência médica em Oncologia Clínica, considerando a adoção sempre para os residentes do primeiro ano. “Precisaremos disseminar esse novo currículo e haverá uma fase de implantação, que não será imediata. A SBOC estará à disposição das instituições para que as mudanças ocorram da forma mais viável possível”, finaliza Munhoz.

Última modificação em Quarta, 10 Outubro 2018 16:31

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