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ASCO 2017: Novos destaques da sessão oral de câncer de pulmão

Notícias Terça, 06 Junho 2017 21:09

O Dr. Fernando Santini, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e fellow em oncologia torácica avançada pelo Memorial Sloan Kettering Cancer Center, selecionou novos destaques da sessão oral do Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2017). Confira a seguir.

Tratamento adjuvante para CPNPC

- Estudo de fase III em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) estádios II/IIIa completamente ressecados e portadores de mutação ativadora do EGFR (exon 19 ou exon 21 L858R) foram randomizados entre tratamento adjuvante convencional com cisplatina e vinorelbina por quatro ciclos ou 24 meses de gefitinibe 250 mg/dia. Estudo foi positivo para seu desfecho primário, mediana de sobrevida livre de doença de 28,7 meses versus 18 meses em favor do gefitinibe. Frequência de eventos adversos foi menor no grupo gefitinibe, sem relatos de ocorrência de doença intersticial pulmonar. No entanto, deve-se aguardar mais informações após a publicação do estudo antes de qualquer recomendação para mudança da prática clínica vigente.

Tratamento de CPNPC em estádios iniciais

- Pacientes em estádios I e II com recorrência local ou locorregional após radioterapia estereotáxica ablativa apresentaram excelentes resultados com terapia de salvamento que poderia incluir: cirurgia, radioablação, reirradiação ou quimioterapia. A sobrevida global em cinco anos foi semelhante quando comparada com grupo de pacientes que não apresentaram recorrência. É importante haver um time multidisciplinar para melhor abordagem deste grupo de pacientes.

CPNPC em estádio III

- Estudo randomizado de fase III demonstrou que a adição de PCI (irradiação profilática de crânio total) após tratamento definitivo para pacientes com CPNPC estádio III reduziu a ocorrência de metástases no sistema nervoso central, mas sem ganho de sobrevida e com piora dos sintomas neurológicos.

Carcinoma de pequenas células de pulmão

- Apresentada atualização do CheckMate 032, estudo de fase I/II avaliando múltiplos regimes de nivolumabe +/- ipilimumabe em pacientes com diversos tumores incluindo câncer de pulmão de pequenas células. Foi a primeira publicação da coorte de expansão randomizada após primeira linha com quimioterapia baseada em platina. Taxa de resposta de 21% no grupo combinação com ipilimumabe e nivolumabe versus 12% no grupo nivolumabe. A taxa de eventos adversos relacionados ao tratamento graus 3 e 4 no grupo combinação foi de 37%, com percentual de abandono de 10%. O resultado da coorte randomizada foi pouco inferior ao resultado previamente publicado por Antonia et al. no Lancet Oncology em 2016.

- O resultado do estudo de fase II foi negativo, avaliando a sobrevida livre de progressão do uso de pembrolizumabe por até dois anos após tratamento inicial para pacientes com carcinoma de pulmão de pequenas células com doença extensa. Mas a mediana de sobrevida global de 9,2 meses sugere que mais estudos devem ser considerados neste contexto.

- Estudo randomizado demonstrou que a adição de veliparibe (inibidor de PARP) ao tratamento convencional com platina e etoposídeo para câncer de pulmão de pequenas células doença extensa resultou em discreto acréscimo numérico, não estatisticamente significativo (6,1 meses versus 5,5 meses) da sobrevida livre de progressão às custas de maior toxicidade. Deve-se questionar a validade de continuar estudando esta combinação.

Mesotelioma maligno irressecável

- LUME-Meso: Estudo de fase II/III randomizou pacientes com mesotelioma para nindetanibe ou placebo em adição à primeira linha com cisplatina e pemetrexed. Foi apresentada a atualização de dados de sobrevida global e de sobrevida livre de progressão do estudo de fase II. Mediana de sobrevida livre de progressão de 9,7 meses com nindetanibe versus 5,7 meses com placebo. Taxa de resposta de 57% com adição de nindetanibe. Maior benefício com histologia epitelioide. Estudo de fase III está atualmente recrutando pacientes.

- MAPS2: Estudo multicêntrico de fase II randomizado em pacientes com mesotelioma maligno avançado politratados. Pacientes eram randomizados entre nivolumabe isoladamente ou em combinação com ipilimumabe. Estudo foi positivo para seu desfecho primário – taxa de controle de doença em 12 meses, 42% com nivolumabe e 52% com combinação. Com uma mediana de sobrevida global de 10,4 meses, o estudo demonstra que a imunoterapia representará em breve novo arsenal para o tratamento desta neoplasia de difícil manejo.

Mais novidades da ASCO 2017

O Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2017) acontece de 2 a 6 de junho, em Chicago (EUA). Acompanhe as novidades aqui no site da SBOC.

Última modificação em Terça, 06 Junho 2017 21:50

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