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O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumo Estratégicos, colocou em consulta pública as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas para o adenocarcinoma de próstata. A proposta foi apresentada pela Secretaria de Assistência à Saúde - SAS e recebeu a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no Sistema Único de Saúde.

A sociedade civil tem 20 dias, a contar de 29 de outubro, data de publicação da portaria no Diário Oficial da União, para apresentar contribuições sobre o tema, devidamente fundamentadas. A documentação objeto desta Consulta Pública e o endereço para envio de contribuições estão à disposição dos interessados no endereço eletrônico: http://conitec.gov.br/index.php/consultas-publicas. A Secretaria Executiva da Conitec avaliará as contribuições e posteriormente publicará a versão definitiva do documento.

Fonte: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2015/diretrizes_diagnosticas+e+terapeuticas_para_adenocarcionma_prostata_consulta_publica

As novidades relativas à imunoterapia estão entre os principais destaques desta edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). O tema, na visão de Evanius Wiermann, presidente da entidade, gera muito interesse “porque é algo novo, que leva o oncologista à necessidade de se atualizar imediatamente”.

JSBOC | Qual a visão geral destes quatro dias de Congresso?

EW – Como sempre, o Congresso está bastante alinhado com o que aconteceu na última edição da reunião da ASCO. Temos muitas discussões em torno da questão da imunoterapia, que é uma grande novidade da nossa área. Esse é um tema que gera muito interesse, porque é algo novo, que leva o oncologista à necessidade de se atualizar imediatamente.

JSBOC | Que outros temas também são destaque?

EW – Estamos discutindo muito políticas públicas e todas as falhas que ainda existem e podem dificultar que o paciente acesse esses novos tratamentos. Não adianta falarmos apenas de inovação se ela não puder chegar aos pacientes. É preciso discutir como tornar essa inovação factível, como podemos incorporar todas essas novidades que estão surgindo ao nosso país. Todo grande movimento de inovação, como o que vivemos hoje, deve ser acompanhado de uma forte discussão sobre o acesso.

JSBOC | O que você destaca para os próximos dias do evento?

EW – Acho muito bacana o que vamos fazer no último dia, quando apresentamos os highlights. Esse é um dia importante, porque é a chance de fazer uma revisão geral de tudo o que aconteceu na oncologia nos últimos dois anos, para todas as especialidades e também tudo o que deve vir como destaque até nossa próxima edição, daqui dois anos. É uma oportunidade única para todo oncologista se atualizar sobre o que teve de mais importante nos últimos anos e também se preparar para o que vem pela frente.

*Matérias publicadas no jornal diário do 19º Congresso da SBOC pela equipe da Onco & com a colaboração de Andrea Penna (reportagem SBOC).

Critérios e indicadores estatísticos foram destaque na palestra do oncologista Flávio Silva Brandão, na sessão “Estatística na Era da Oncologia Personalizada”. Brandão apontou critérios e indicadores relevantes no dia a dia da oncologia, como taxa de sobrevida global, taxa de sobrevida média, entre outros, apontando como indispensável a compreensão exata dos conceitos. Sobre modelos prognósticos, Brandão sugeriu que em oncologia o ideal é que os médicos utilizem vários modelos. “O uso combinado de modelos como nomogramas e índices de prognóstico possibilita uma avaliação melhor do quadro e também um maior entendimento por parte do paciente, quando os dados são apresentados”, comenta o oncologista. Brandão encerrou sua participação apontando alguns desafios como verificar a população do estudo e avaliar a magnitude do impacto do prognóstico.

O papel dos biomarcadores foi abordado por Tatiane Montella, da Oncologia D’Or. A oncologista destacou que das 30 terapias que utilizavam biomarcadores, aprovadas pelo FDA, 24 eram em oncologia. Tatiane chamou a atenção para os tipos de biomarcadores utilizados na clínica, como de Risco, de Prognóstico, Preditivo ou de Resposta. “Lembrando que alguns biomarcadores, como o HER2, são tanto preditivo quando prognóstico”, diz.

*Matérias publicadas no jornal diário do 19º Congresso da SBOC pela equipe da Onco & com a colaboração de Andrea Penna (reportagem SBOC).

Os pensamentos e condutas de uma pessoa podem alterar seu epigenoma, ou a dinâmica que determina a expressão dos genes. Este foi o ponto central da palestra da pesquisadora Adriana Madeira, da Universidade do Espírito Santo na Conferência “Epigenomica: interação ambiente, hábitos, bem-estar e expressão gênica”. Alguns pontos foram destacados na apresentação, com relação ao surgimento do câncer, como associação entre stress e aumento do cortisol. O hormônio, quando a níveis maiores do que os padrões, leva a uma diminuição da imunidade e a quadros de inflamação. Na apresentação a pesquisadora destaque que estes são fatores de risco para o surgimento de tumores. “O aumento do stress pode modificar o epigenoma, por exemplo, o receptor do glicocorticóide cerebral pode silenciar pelo aumento do stress causado pela falta de afetividade e atenção na infância”, comenta Adriana Madeira.

Sobre o tratamento oncológico, a pesquisadora destaca o fato de as práticas integrativas associadas no tratamento de tumores levarem à melhoria do bem-estar, aumento da imunidade e melhora da resposta ao tratamento. “Acredita-se que o desequilíbrio do eixo psico-neuro-endócrino-imune leva à mudanças epigenéticas nas células. Não é uma visão holística, mas cientifica, há muitos estudos que mostram que nossas vibrações afetam a saúde. Os estados vibracionais são contagiosos, precisamos estudar muito ainda.” Participaram dos debates Israel Gomy e Vania Assaly.

*Matérias publicadas no jornal diário do 19º Congresso da SBOC pela equipe da Onco & com a colaboração de Andrea Penna (reportagem SBOC).

Preencher as lacunas que outros eventos não conseguem abarcar, com a ampliação dos temas tratados, e promover uma troca de experiência entre grandes oncologistas e jovens talentos são as missões de mais um Congresso da SBOC. O coordenador Científico do evento, Carlos Sampaio Filho, explica os critérios para a elaboração dos painéis, sempre com foco em favorecer o potencial de renovação e consolidação de referências científicas de todo o território nacional.

JSBOC | Quais foram os critérios utilizados para a escolha dos temas a serem abordados?

CSF – O Congresso da SBOC tem a responsabilidade de abranger o maior número possível de temas científicos, além de abordar os temas que envolvem questões de natureza política, ética, pesquisa e epidemiológicas. Precisamos preencher lacunas que outros encontros em oncologia não podem englobar. Este evento tem historicamente agregado todas as categorias profissionais de saúde que lidam com oncologia, além de organizações não governamentais. Daremos maior espaço para as patologias mais prevalentes no país como câncer de mama, pulmão, gastrointestinal e urológico, mas nenhum tumor deixará de ser coberto.

JSBOC | Em relação aos integrantes dos painéis, quais critérios foram utilizados na escolha dos profissionais? Houve, por exemplo, preocupação em diversificar por região?

CSF – A comissão científica elegeu, entre profissionais de referência em oncologia de todo o Brasil, um time de colegas associando grande experiência com jovens talentos, favorecendo o potencial de renovação e consolidação de referências científicas.

JSBOC | De que forma eventos como o SBOC podem colaborar para o dia a dia do oncologista? A difusão da informação afeta a prática destes profissionais?

CSF – Apesar do rápido acesso à informação, sobretudo por via eletrônica, a necessidade de interação presencial e social não foi substituída. Todos os profissionais da área de saúde continuam se beneficiando largamente da capacidade de síntese e de crítica de colegas mais experientes ou mais dedicados a uma patologia específica.

JSBOC | Como o sr. avalia a evolução das alternativas de diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas no Brasil?

CSF – Embora no cenário privado tenhamos acesso aos métodos mais avançados de rastreamento, diagnóstico e tratamento, há extensas áreas do território nacional desguarnecidas de estruturas oncológicas capazes de prover atenção adequada. Com os atuais avanços científicos, o sucesso na abordagem do câncer será mais uma questão de acesso do que de capacidade de resolução.

JSBOC | A disseminação da informação sobre novas alternativas de tratamento e de diagnóstico, principalmente fora dos grandes centros, é um problema?

CSF – Hoje, em qualquer ponto do planeta nós médicos temos fácil acesso a informação de qualidade, sobretudo na língua inglesa (curiosamente ainda pode ser uma importante barreira prática). A tendência racional e lógica de subespecialização em oncologia, entretanto, só se materializou em centros de referência. É inegável que este modelo de divisão por patologia traz muito mais eficiência na atenção ao paciente oncológico.

*Matérias publicadas no jornal diário do 19º Congresso da SBOC pela equipe da Onco & com a colaboração de Andrea Penna (reportagem SBOC).

O câncer do endométrio e suas alternativas de tratamento foram o foco do painel Tumores Ginecológicos coordenado por Fernando Cutait Maluf e Angélica Nogueira Rodrigues. Em sua participação, Andréia Melo apresentou uma série de estudos sobre o câncer do endométrio e as alternativas de uso combinado ou isolado de radioterapia e quimioterapia. Sobre a possibilidade de preservação da fertilidade, Andréia chamou a atenção para a necessidade de alertar as pacientes para os riscos envolvidos. “Precisamos tomar o máximo de cuidado, realizando ressonância da pelve, diagnóstico histológico, confirmado pelo patologista, tudo para garantir maior segurança no procedimento”, diz Andréia.

Endométrio, preservação de fertilidade e hormonioterapia

Daniela Xavier Assad deu especial atenção à hormonioterapia. Ela destacou o consenso atingido entre as entidades internacionais Esmo, Esgo e Estro, neste ano, sobre condutas a serem utilizadas. “A hormonioterapia é indicada no tratamento da doença recorrente no endométrio. Mas a biópsia do sítio de metástase com diferença no status de RH entre primário e metástase também é recomendada”, diz Daniela. O uso do tamoxifen, do fulvestranto e dos inibidores de anomatase também foi citado como opções terapêuticas.

Os oncologistas Fernando Cutait Maluf e Eduardo Paulino comentaram sobre a baixa qualidade das cirurgias no endométrio. “Menos de 10% das pacientes que chegam para atendimento foram realmente bem operadas. E estamos falando de pessoas de elevado poder aquisitivo. Infelizmente temos de mandar operar novamente duas, três semanas depois”, diz Maluf. “Recebemos mulheres operadas, chegando a 50% com resultados ruins, às vezes sem linfonodos retirados”, conclui Eduardo Paulino.

*Matérias publicadas no jornal diário do 19º Congresso da SBOC pela equipe da Onco & com a colaboração de Andrea Penna (reportagem SBOC).

Antes considerado um conjunto de células alteradas em proliferação, o câncer hoje é entendido como um microambiente em que as interações dos elementos celulares e moleculares que o compõem são determinantes na progressão tumoral. Estudos estão sendo realizados na tentativa de modulação desse microambiente para impactar o tratamento. Os trabalhos foram apresentados na mesa-redonda “Oncologia Molecular” coordenada pelo diretor de pesquisa clínica do Inca, Carlos Gil Moreira Ferreira. Segundo afirmou, “essas pesquisas são fundamentais para entender o caminho que a pesquisa do câncer deve percorrer nos próximos dez anos”.

Na exposição, o pesquisador Roger Chammas falou sobre as interações das células imunológicas na cinética tumoral. Chammas coordena o Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Icesp. Para ele, se essas interações forem bem compreendidas, podem levar a novas formas de tratamento. Deborah Schechtman, do Instituto de Química da USP, apresentou métodos de proteômica para moduladores específicos e redesenho de anticorpos que podem ser utilizados em estratégias contra o câncer. E a pesquisadora Mariam Jamal-Hanjani, do Reino Unido, mostrou a importância da heterogeneidade tumoral para entender por que essas doenças são tão resistentes a tratamentos.

*Matérias publicadas no jornal diário do 19º Congresso da SBOC pela equipe da Onco & com a colaboração de Andrea Penna (reportagem SBOC).

Os resultados obtidos com as novas abordagens de tratamento do câncer de pulmão, comparados com os métodos tradicionais, foram levantados pelos participantes da mesa-redonda coordenada pelo oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio-Libanês. Segundo os pesquisadores, o câncer de pulmão continua sendo uma doença agressiva e grave, mas há vários estudos em fases bastante avançadas demonstrando maior sobrevida de pacientes tratados com Nivolumabe e outros medicamentos da nova classe de agentes imuno-oncológicos.

Durante a apresentação, o pesquisador Luiz Henrique Araújo, do Grupo COI, apresentou os estudos sobre o uso de biomarcadores ou alterações genéticas que podem causar a doença e guiar a escolha ou o desenvolvimento do tratamento ou o prognóstico da doença. Por sua vez, o oncologista William Nassib William, do MD Anderson Cancer Center, mostrou os avanços no uso de quimioterapia, resultado da melhor compreensão da utilização das drogas aprovadas para tratamento.

*Matérias publicadas no jornal diário do 19º Congresso da SBOC pela equipe da Onco & com a colaboração de Andrea Penna (reportagem SBOC).

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), por meio da sua Coordenação de Ensino (COENS), torna público o Processo Seletivo 02/2016 para ingresso nos Programas de Residência Medica Anos Opcionais e Áreas de Atuação e nos Cursos de Aperfeiçoamento nos Moldes Fellow para o ano letivo de 2016.

Mais informações: Acesse o Site do INCA

 

Alvo masculino

Notícias Segunda, 16 Novembro 2015 14:00

Este artigo foi assinado pelo presidente da SBOC, Dr. Gustavo Fernandes, e pelos membros da instituição, Drs. Diogo Assed, Oren Smaletz e Fábio Schultz, para o Novembro Azul. O texto foi publicado originalmente no caderno Opinião, do jornal Estado de Minas, no dia 09/11.

Cuidar da saúde com zelo não deve ser atribuição apenas das mulheres. Depois do Outubro Rosa, a campanha Novembro Azul chega para aumentar a conscientização dos homens em relação aos cânceres masculinos, especialmente o câncer de próstata e de testículo.

O movimento Novembro Azul surgiu em 2003 na Austrália intitulado como “Movember” uma junção entre o moustache (bigode) e november (novembro). Isso porque foram os australianos que tiveram a ideia de deixar seus bigodes crescerem durante o mês que se celebra o Dia Mundial de Câncer de Próstata (17 de novembro) e o Dia Internacional do Homem (19) chamando atenção para as doenças masculinas que podem ser prevenidas. Em vários países o “Movember” é mais do que uma simples campanha de conscientização. Há reuniões entre homens com o cultivo de bigodes ao estilo Mário Bros, símbolo da campanha, onde são debatidos além do câncer de próstatata, como outras doenças como câncer nos testículos, depressão, entre outos .

O câncer de próstata é o câncer mais comumente diagnosticado nos homens e representa a segunda principal causa de morte por câncer na população masculina. Por ano, são diagnosticados 68 mil novos casos e 13 mil mortes, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Sabe-se que 1 em cada 6 homens terá o diagnóstico de câncer de próstata e que este risco pode ser ainda maior em pessoas com história de câncer de próstata em familiares de primeiro grau.

Entretanto, deve ser enfatizado que muitos casos de câncer de próstata tem crescimento lento e pode não ameaçar o paciente, em especial pessoas mais idosas e com outros problemas de saúde. Portanto, é fundamental que os homens conversem com seu urologista a respeito dos benefícios do rastreamento do câncer de próstata com exame de PSA e toque retal anualmente. Neste sentido, a campanha Novembro Azul, conhecida em todo o mundo, reforça na população masculina e em seus familiares, que são os principais incentivadores neste momento, a importância de se realizar os exames partir dos 50 anos de idade. Em caso de fatores de risco como a história familiar, pode-se antecipar o início do rastreamento a partir dos 45 anos.

Além disto, os homens devem procurar um urologista em casos de sintomas que possam indicar a doença, como micção frequente, impotência, dor ou ardor na uretra, jato urinário fraco, e mesmo caso o líquido seminal apresente manchas de sangue. Outros sintomas são dores nos ossos, como costas, quadril, coxas ou ombros.

Além da conscientização do câncer de próstata, devemos também lembrar da importância de alertar a população em relação ao câncer de testículo. Trata-se do tumor sólido mais comum do homem jovem entre 15 e 35 anos, e representa cerca de 1% de todos os cânceres masculinos. É fundamental alertar a população masculina a procurar um urologista em caso de aumento do testículo, com ou sem dor, ou em caso de percepção de nódulo palpável no testículo. Apesar de ser um dos cânceres mais curáveis, inclusive quando há metástases, o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e detecção de doença em fase inicial, podendo evitar a necessidade de tratamentos como quimioterapia ou radioterapia.

A criação de campanhas de conscientização em prol desta causa precisam atingir todas as culturas e classes sociais. Quanto mais conhecimento e ação maior a fonte de bem-estar do homem.

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