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O Simpósio de Oncogeriatria ocorrerá em 26 e 27 de outubro, das 14h às 18h, durante a I Semana Brasileira da Oncologia, no Rio de Janeiro. O evento é o primeiro realizado pelas Sociedades Brasileiras de Oncologia Clínica (SBOC), Cirurgia Oncológica (SBCO) e Radioterapia (SBRT) em parceria com a International Society of Geriatric Oncology (SIOG). A Dra. Theodora Karnakis, geriatra e coordenadora da atividade, lembra que entre 60% e 70% dos diagnósticos de câncer referem-se a idosos e que 70% das mortes por neoplasias concentram-se nesse público.
Dra. Theodora acredita que, em razão da alta incidência de comorbidades, o cuidado do idoso com câncer deve ser individualizado e multidisciplinar, quando adequado. “É necessário oferecer um tratamento seguro para o câncer, sem que as comorbidades e as interações medicamentosas sejam negligenciadas, assim como o estado geral e as reservas do paciente idoso”, afirma a especialista.
Segundo a Dra. Theodora Karnakis, no Brasil a Oncogeriatria ainda está dando os primeiros passos, mas no exterior existem sociedades formadas e serviços bem instituídos. Trazer essa experiência para os médicos brasileiros é o objetivo principal do evento. Além dos palestrantes nacionais, todos envolvidos com a área, foram convidados palestrantes dos Estados Unidos, Holanda, México, Reino Unido e Suíça.
A programação científica abrange novidades no tratamento do idoso com câncer, como identificar e como abordar fragilidades e quando encaminhar para uma avaliação específica. “Serão discutidas as decisões tanto no âmbito pré-operatório quanto em relação aos riscos de cirurgia e de toxicidade com a quimioterapia”, destaca a geriatra.
Para participar do evento é preciso inscrever-se previamente no site. As vagas são limitadas.
I Semana Brasileira da Oncologia
24 a 29 de outubro de 2017
Windsor Barra Hotel, Rio de Janeiro
Informações e inscrições: www.semanaonco.com.br
O Instituto Nacional de Câncer completa 80 anos em 2017 e será homenageado com um simpósio durante a I Semana Brasileira da Oncologia. O evento será no dia 28 de outubro, das 8h às 17h, no Rio de Janeiro. Na mesa-redonda sobre ações estratégicas na formação de profissionais em oncologia serão discutidos o Projeto Inca de Portas Abertas, o modelo matricial para programas educacionais, o doutorado interinstitucional e as cooperações internacionais estabelecidas pelo instituto.
“A ideia é evitar repetições de temas que já serão abordados nos três congressos [XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica e XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia] e mostrar o que o Inca faz de diferente em relação a outras instituições, especialmente no aspecto multidisciplinar”, diz o Dr. Mauro Zamboni, coordenador do Simpósio Inca 80 anos. “Foi isso que norteou a escolha dos temas e dos palestrantes”, completa.
Outra mesa-redonda debaterá o percurso do paciente oncológico desde o diagnóstico até os cuidados paliativos. Serão comentadas as verdades e controvérsias no rastreamento de câncer, as dificuldades de acesso dos pacientes aos serviços especializados e os programas de controle de qualidade em mamografia e radioterapia, além da assistência na terminalidade.
Na parte final, a programação inclui epidemiologia molecular, imunoterapia em câncer, genômica tumoral e contribuição dos biobancos de material biológico humano para pesquisa clínica e translacional. O Dr. Mauro Zamboni destaca que será comentada também a experiência do Inca com a incorporação de uma nova tecnologia de radioterapia, a mesma utilizada em centros de referência fora do país.
Os interessados em participar do evento devem inscrever-se previamente no site. A entrada é a doação de um quilo de alimento não perecível. As vagas são limitadas.
I Semana Brasileira da Oncologia
24 a 29 de outubro de 2017
Windsor Barra Hotel, Rio de Janeiro
Informações e inscrições: www.semanaonco.com.br
Apenas 57% dos pacientes diagnosticados com a doença tiveram atendimento em até 60 dias. Outros 17% aguardaram até 90 dias e 25% tiveram mais de três meses de espera. Esses são os dados do Ministério da Saúde apresentados num seminário sobre a implantação da Lei 12.732/12, conhecida como “Lei dos 60 dias”, segundo a qual o tratamento de pacientes com câncer deve ter início no máximo dois meses após o diagnóstico. O levantamento abrange 27.248 casos registrados até abril de 2016.
O evento ocorreu na Câmara dos Deputados, no dia 4 de outubro, com a participação do presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Gustavo Fernandes. “É um avanço termos um marco de tempo estabelecido para o início do tratamento, mas a lei veio sem investimentos para viabilizá-la”, avalia. “A Lei dos 60 dias trouxe melhorias; sua aplicação, porém, ainda é insuficiente”, conclui.
“Ao mesmo tempo em que parte dos dados do Ministério da Saúde aponta um período longo de espera até o atendimento, há casos de pacientes com câncer que ainda permanecem sem resposta ou estão ‘invisíveis’ nas estatísticas”, afirmam as deputadas Carmen Zanotto e Flávia Morais. Ambas são autoras da proposta que levou à criação da Lei dos 60 dias.
O Dr. Gustavo Fernandes considera fundamental também o estabelecimento de prazos para outros momentos decisivos na jornada do paciente com câncer, como o diagnóstico e o acompanhamento. “Como sociedade médica de especialidade, estamos à disposição dos legisladores e do Executivo para ajudar no planejamento e na organização das políticas públicas envolvendo a oncologia”, frisa.
Informar as pacientes com câncer de mama sobre seus direitos para a realização de exames, tratamentos, isenções fiscais e outros benefícios garantidos por lei é o principal objetivo do Movimento pela Vida. A campanha do Grupo Oncoclínicas tem apoio da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Os vídeos e textos ganham visibilidade durante a mobilização em torno do Outubro Rosa.
A Dra. Clarissa Mathias, secretária geral da SBOC e oncologista do Oncoclínicas na Bahia, lembra que o médico é o profissional mais próximo do paciente no enfrentamento do câncer. “Isso nos torna um veículo importante para orientar as pessoas com câncer sobre seus direitos; essa atitude já deve fazer parte da primeira consulta após o diagnóstico”, recomenda.
O site www.movimentopelavida.com.br compila os benefícios legais do paciente com câncer, incluindo isenções fiscais, liberação para saque do FGTS e acesso ao tratamento. Também há uma série de informações sobre cuidados com a saúde, estimulo à prática de exercícios físicos, incentivo à rotina regular de mamografia e outros exames preventivos.
Para a Dra. Clarissa Mathias, é fundamental conscientizar a população sobre a importância dessas medidas tanto para reduzir os riscos de desenvolver o câncer de mama quanto para a detecção precoce de tumores malignos, o que aumenta as chances de cura ou controle da doença. “A campanha toda é muito delicada e tocante; vale a pena divulgar”, reforça a secretária geral da SBOC.
Para saber mais, acesse www.movimentopelavida.com.br.
Hoje, dia 5, é a data-limite para inscrever-se com desconto no XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica (veja abaixo a diferença de valores). O evento será no Rio de Janeiro, de 25 a 28 de outubro. O programa científico tem chamado tanto a atenção dos profissionais que já há 3,5 mil inscritos.
Neste ano, pela primeira vez será possível participar também da I Semana Brasileira da Oncologia, a ser realizada de 24 a 29 de outubro pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT). Para quem estiver inscrito no congresso da SBOC, é possível adquirir o passaporte da Semana, que dá direito a frequentar os outros dois congressos, o XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica e o XIX Congresso Brasileiro de Radioterapia, e também a programação multidisciplinar específica. O valor do passaporte é R$ 200.
De acordo com a Dra. Cinthya Sternberg, diretora executiva da SBOC, o objetivo da Semana é reunir vários profissionais que trabalham na área de câncer. “Não só os oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos, radio-oncologistas, mas também geriatras, urologistas, oftalmologistas, odontologistas, nutricionistas que, de forma multidisciplinar, promovem o cuidado com o paciente oncológico”, afirma.
Haverá, ainda, um fórum sobre judicialização em saúde, direcionado a advogados, e um evento para leigos denominado “Encontro com a sociedade”. O encerramento será com uma caminhada e corrida, no dia 29 de outubro, às 9h, com saída da Barra da Tijuca.
Logo após o preenchimento de sua ficha de inscrição, o profissional receberá instruções para efetuar o pagamento. Aqueles que já preencheram o formulário, mas não pagarem o boleto até hoje, perderão o desconto.
Em caso de dúvida, entre em contato a empresa organizadora do evento:
CCM
(51) 3086-9111
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O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União, em 21 de setembro, a Consulta Pública 48/17, que visa coletar contribuições, até o dia 16 de outubro, sobre a proposta de incorporação do anticorpo monoclonal cetuximabe para tratamento, em primeira linha, do câncer colorretal metastático RAS selvagem com doença limitada ao fígado. Segundo a fabricante do medicamento, o uso de cetuximabe, associado à quimioterapia, pode gerar um ganho de vida de 2,11 anos, ante 1,24 ano quando o tratamento é realizado apenas com quimioterápicos.
Em seu parecer, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), órgão do Ministério da Saúde, se mostra contrária à incorporação e aponta que a evidência apresentada pela indústria é proveniente de um ensaio clínico randomizado de baixa qualidade metodológica.
A Conitec avalia, ainda, que o estudo demonstrou que o tratamento com cetuximabe em adição ao esquema quimioterápico folfiri ou folfox proporcionou que um número maior de pacientes fosse submetido à ressecção com intenção curativa. No entanto, quando considerados apenas os pacientes submetidos à cirurgia, que alcançaram a ressecção R0, não houve significância estatística entre os grupos.
O Dr. Gustavo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), comenta que o cetuximabe é uma droga que incorpora valor ao tratamento do câncer colorretal metastático nas populações selecionadas e que seus resultados são comprovados e conhecidos na literatura médica há mais de dez anos. “Não existe a mínima dúvida em relação à efetividade do medicamento. Qualquer negativa para sua incorporação deve estar lastreada em outro motivo que não seja sua eficácia”, diz ele. “A SBOC, visando melhorar a qualidade de vida do paciente em tratamento com câncer colorretal metastático, é totalmente favorável à incorporação de cetuximabe pelo SUS”, defende.
Atualmente, os tratamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) para os pacientes com câncer colorretal com metástases hepáticas irressecáveis são o tratamento quimioterápico baseado em 5-fluorouracil e leucovorin (5-fluorouracil (5-FU) infusional, leucovorin e oxaliplatina – folfox ou irinotecano - folfiri) para a redução tumoral.
O cetuximabe tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos seguintes casos:
não mutado e com expressão do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) em combinação com quimioterapia à base de irinotecano ou com oxaliplatina mais 5-fluoruracila e ácido folínico em infusão contínua.
A diretoria da SBOC convida a todos para participarem da consulta pública, até o dia 16 de outubro, para que expressem sua opinião sobre a incorporação do medicamento.
Clique aqui para enviar sua contribuição.
Clique aqui para enviar sua experiência ou opinião.
Hepatocarcinoma, câncer do canal anal, câncer de pênis e câncer de testículo são as mais novas quatro diretrizes disponibilizadas pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Os associados podem consultá-las no site e opinar sobre o conteúdo. Todas as críticas e sugestões serão avaliadas antes da publicação das versões finais.
Outras 13 diretrizes continuam disponíveis para receber os comentários dos associados:
Adenocarcinoma colorretal
Adenocarcinoma de estômago
Adenocarcinoma de pâncreas
Bexiga
Cabeça e pescoço
Carcinoma de mama
Colo do útero
Melanoma
Pulmão células não-pequenas: doença localizada e localmente avançada
Pulmão células não-pequenas: doença metastática
Pulmão pequenas células
Próstata
Rim
O Dr. Gustavo Fernandes, presidente da SBOC, lembra que é fundamental a participação dos oncologistas clínicos. “Ao elaborar as novas diretrizes, estamos cumprindo uma obrigação estatutária da SBOC. E, ao convocar os associados para participar, queremos que as diretrizes sejam resultado da discussão da SBOC como um todo, não somente de sua diretoria”, afirma.
Mais quatro diretrizes devem ser apresentadas em breve: ovário, tumores neuroendócrinos, sarcomas de partes moles e gliomas malignos. De acordo com o Dr. André Sasse, que coordena a iniciativa ao lado da Dra. Rachel Riechelmann, a SBOC pretende lançar no XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica (25 a 28 de outubro, no Rio de Janeiro) o texto definitivo de todas essas diretrizes.
Guias de orientação de conduta
As diretrizes são guias de orientação de conduta oficiais da SBOC cujo objetivo é dar segurança aos especialistas no manejo dos pacientes. As sugestões de conduta são classificadas de acordo com as forças de recomendação e evidência na literatura. Além de estar em português, diferenciam-se por refletir a realidade brasileira, considerando a relevância clínica e o impacto econômico.
As versões preliminares foram elaboradas por oncologistas experientes de diversas regiões do país, com produção acadêmica e científica significativa e líderes de opinião em suas áreas. As recomendações terapêuticas devem ser aplicáveis tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na saúde suplementar.
Entre os principais trabalhos apresentados em Madri durante o ESMO 2017, o Dr. Volney Soares Lima, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), aponta dois com grande impacto em câncer de rim e de bexiga. Ambos trazem resultados promissores com imunoterapia. Outro estudo comentado pelo especialista refere-se a novos tratamentos em câncer de próstata além da terapia hormonal.
Câncer de rim
O estudo CheckMate 214 (LBA5) trouxe resultado surpreendente para o manejo de pacientes de risco intermediário e alto com carcinoma de células renais avançado ou metastático não tratado anteriormente (RCC). A combinação dos imunoterápicos nivolumabe e ipilimumabe alcançou maior taxa de resposta objetiva e prolongada sobrevida global em comparação ao sunitinibe na primeira linha de tratamento. O estudo é de fase 3, randomizado e aberto.
De acordo com o Dr. Volney Lima, o sunitinibe, um inibidor de tirosina-cinase, era o padrão de tratamento havia mais de dez anos. “Ao longo desse tempo, várias drogas tentaram competir, mas sem sucesso”, conta. “Esses resultados da combinação de nivolumabe e ipilimumabe representam um grande avanço, apesar de ser um tratamento bastante caro”, avalia.
Outro achado importante do estudo discutido em Madri é que tiveram maior benefício os pacientes com expressão de tumor PD-L1 ≥1%. Já para os pacientes de baixo risco, o sunitinibe ainda obteve melhores resultados.
Câncer de bexiga
A imunoterapia surge com força também na segunda linha de tratamento de pacientes com câncer de bexiga. A doença é altamente letal na fase metastática e costuma acometer idosos com diversas comorbidades. Segundo o estudo Keynote 045 (LBA37_PR), fase 3, pembrolizumabe após a quimioterapia inicial à base de platina propiciou sobrevida significativamente maior em pacientes com câncer urotelial avançado na comparação com um regime de quimioterapia alternativa (paclitaxel, docetaxel ou quimioterapia com vinflunina).
As respostas são muito duráveis, superiores a um ano. Mas o desafio, frisa o Dr. Volney Lima, é que somente 20% dos pacientes se beneficiam do imunoterápico. “Precisamos encontrar uma maneira de selecionar esses pacientes”, afirma o oncologista clínico. “Além isso, é fundamental o desenvolvimento de novos tratamentos para os outros 80%”, acrescenta.
Mais um dado relevante do estudo é a tolerância bem maior da imunoterapia. Eventos adversos de qualquer grau ocorreram em 62% dos pacientes tratados com pembrolizumabe versus 90,6% dos que receberam quimioterapia. Ainda em relação ao perfil de segurança, menos pacientes com pembrolizumabe tiveram que interromper o tratamento por causa de efeitos colaterais em comparação com aqueles em quimioterapia. A qualidade de vida também se mostrou superior no braço da imunoterapia.
Câncer de próstata
Na avaliação do Dr. Volney Lima, o trabalho mais interessante na área foi o Stampede (LBA31_PR). A conclusão é que pacientes com câncer de próstata com doença metastática ao diagnóstico quando iniciam a terapia hormonal a longo prazo podem se beneficiar de dois novos tratamentos. O ensaio comparou um grupo tratado com docetaxel e outro com abiraterona acetato mais prednisolona (AAP). Ambos os medicamentos propiciaram vantagem de sobrevida em relação ao padrão de terapia hormonal isolada, vigente desde a década de 40. “Contudo, os resultados não mostraram diferenças estatísticas significativas entre docetaxel e AAP, embora o estudo tenha sido desenhado para isso”, ressalta o diretor da SBOC.
O ESMO 2017 teve uma sessão especial sobre a possibilidade de encurtar de seis para três meses a quimioterapia adjuvante no câncer colorretal estágio III por conta da neurotoxicidade. O estudo IDEA, uma análise conjunta de 12.834 pacientes de seis ensaios clínicos fase 3 que investigaram os resultados das diferentes durações do tratamento com folfox ou capox, já havia sido apresentado no ASCO 2017. No congresso europeu, foram analisados os resultados em detalhes dos quatro principais estudos (Scot, Tosca, Achieve e Idea-France).
De acordo com o Dr. Álvaro Machado, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), ficaram mais evidentes as limitações dos estudos em questão, principalmente o fato de não ter havido randomização do esquema terapêutico. Contudo, segundo o especialista, o consenso é de que capox é um esquema aceitável em três meses para pacientes de baixo (T3N1) ou alto risco (T4, N2), o que diminui os custos e a toxicidade do tratamento em relação ao padrão atual. Se a opção for folfox, sempre deve-se estender o tratamento por seis meses.
Imunoterapia para tratar adenocarcinoma gástrico e de junção gastroesofágica
O estudo fase 2 Keynote 059 (LBA28_PR) mostrou que pembrolizumabe pode se tornar uma opção de tratamento para pacientes com câncer gástrico metastático previamente tratados com quimioterapia. Houve maior benefício aparente no subgrupo com PD-L1 positivo.
Também foi apresentada a atualização do estudo Attraction 02 (617O), fase 3. Na segunda linha de tratamento, o nivolumabe isolado obteve benefício superior comparado à quimioterapia. A atividade parece ter sido independente da expressão de PD-L1. “O benefício não é para todos, mas alguns pacientes obtêm controle da doença por longo prazo”, esclarece o Dr. Álvaro Machado. “Continua essa grande discussão em torno da busca de biomarcadores, que tem se repetido em inúmeros estudos de várias áreas”, reforça o diretor da SBOC.
Flot
O ensaio FLOT 4, fase 3, apresentado no ESMO 2017 (LBA27_PR) randomizou 716 pacientes com adenocarcinoma de junção gástrica ou gastroesofágica ressecável para flot perioperatório (docetaxel perioperatório, oxaliplatina e fluorouracil / leucovorina) ou ECF (regime perioperatório de epirrubicina, cisplatina e fluorouracil infundido). Flot foi superior à ECF para todos os parâmetros de eficácia, incluindo taxas de ressecção curativa, sobrevida livre de progressão e sobrevida global. Dessa forma, tornou-se o novo padrão de tratamento.
“Interessante notar que 30% dos pacientes não completaram o tratamento pós-operatório, como já havia sido observado em estudos anteriores, em que até 50% dos pacientes não completaram o tratamento pós-operatório programado no Magic Trial. Isso levantou a discussão sobre o benefício da fase pós-operatória”, observa o Dr. Álvaro Machado. “São questionamentos que surgem nesses debates e revelam a necessidade de novos estudos clínicos para encontrar as respostas”, conclui.
Cirurgia laparoscópica para câncer de esôfago
Outro estudo que chamou a atenção em Madri foi o Miro (6150_PR). Segundo o diretor da SBOC, a esofagectomia minimamente invasiva (cirurgia videoassistida mais laparoscopia) mostrou-se, no mínimo, tão efetiva quanto a aberta. Além disso, reduz de maneira significativa a morbidade pós-operatória. Assim, deve tornar-se o novo padrão para pacientes com câncer de esôfago médio e baixo.
Segundo o Dr. Fábio Franke, vice-presidente eleito para Pesquisa Clínica e Estudos Corporativos da SBOC (gestão 2017/2019), as combinações de imunoterápicos, com ênfase em inibidores de IDO e LAG-3, são objeto de vários estudos exploratórios em andamento. A perspectiva é de que resultados futuros possam ser representativos.
Na pesquisa de novos alvos moleculares para imunoterapia, chamaram a atenção do especialista achados segundo os quais pacientes que expressam alta carga mutacional (“tumor mutational burden” ou TMB) apresentam uma maior resposta aos imunoterápicos. “Ao contrário do ano passado, não houve nenhum estudo que tenha mudado a prática em câncer de pulmão metastático, por exemplo”, avalia o Dr. Franke. “O avanço mais recente continua sendo a eficácia do pembrolizumabe relacionada à alta expressão de PD-L1”, completa.
O oncologista clínico reforça que estudos estão sendo abertos com novos alvos e combinações. “Alguns deles devem chegar ao Brasil; esperamos que não esbarrem no nosso discutível processo regulatório”, observa. De acordo com o especialista, pesquisadores de todo o mundo estão dedicados a encontrar novos mecanismos e combinações de drogas capazes de tornar os tumores responsivos ao tratamento.
Identificar o paciente certo
A seleção de pacientes é outro enorme desafio. O Dr. Fábio Franke destaca que, no ESMO 2017, uma análise de diversos estudos mostrou que, não apenas a imunoterapia deixa de trazer benefícios em boa parte dos casos como 16% dos pacientes apresentaram hiperprogressão do tumor.
O papel da microbiota intestinal foi discutido no congresso europeu como critério de resposta aos inibidores de checkpoint. Evidências apontam que pacientes que utilizaram antibióticos podem responder menos à imunoterapia. “Os estudos com imunoterapia estão analisando a microbiota intestinal como biomarcador preditivo de resposta”, diz o Dr. Franke. “A busca de novos marcadores que selecionem o paciente ideal é estratégica diante dos altos custos dos imunoterápicos.”