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A incorporação do trastuzumabe ao Sistema Único de Saúde (SUS) trouxe alegria, esperança e reflexão aos oncologistas brasileiros. Oficializada no último dia 3, a medida tem prazo de 180 dias para vigorar e a estimativa é de que a oferta do medicamento evite a morte de 600 mulheres com câncer de mama metastático HER2-positivo a cada dois anos no país. Conforme a literatura, a mediana de sobrevida global é de 20,3 meses com quimioterapia isolada; 40,8 meses com quimioterapia mais trastuzumabe; e 56,5 meses com quimioterapia mais trastuzumabe e pertuzumabe. “Até agora, as pacientes da rede pública estavam excluídas desse benefício”, relata o Dr. Marcelo Bumlai, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e oncologista do Hospital Geral Universitário, em Cuiabá (MT). “Essa conquista vai impactar absurdamente a vida dessas famílias”, ressalta.
O trastuzumabe foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há 18 anos e, em 2005, passou a ser coberto pelos planos de saúde. Para as pacientes da rede pública, é disponibilizado de forma parcial desde 2013, restrito aos casos de doença inicial ou localmente avançada. A Dra. Adelaide Machado Portela, membro da SBOC e oncologista da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (Cecon), diz que a incorporação representa um grande avanço na sobrevida e na qualidade de vida das pacientes com metástase, ao lembrar do perfil seguro do medicamento. A especialista lamenta, contudo, não ter sido aprovado o duplo-bloqueio, referindo-se ao indeferimento do pertuzumabe, outra droga reivindicada pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
Atuação decisiva
Oncologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, o Dr. Luiz Alberto Mattos salienta o papel da SBOC nessa conquista. A Sociedade submeteu, em 2016, um parecer técnico à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) que engloba revisão sistemática da literatura, avaliação de custo-efetividade e análise de impacto orçamentário. No mês de março, o Dr. Gustavo Fernandes, presidente da entidade, e o Dr. André Sasse fizeram uma apresentação presencial dos dados aos técnicos do governo. “Entendo que a missão da SBOC, além de promover atualização científica e de defender os direitos dos médicos, é de defesa da boa prática clínica, que se traduz na autonomia de prescrever o que é melhor para o paciente”, define Mattos. O Dr. Marcelo Bumlai também reconhece a importância dessa atuação. “A SBOC teve uma participação fantástica, habilidosa, essencial”, afirma.
Diante das limitações orçamentárias para a saúde no Brasil, o Dr. Gustavo Fernandes reforça a necessidade de fazer escolhas. “Elegemos algumas demandas de alto impacto e procuramos ajudar a conversa entre indústria farmacêutica e Ministério da Saúde e também apoiar tecnicamente o Executivo em suas decisões”, conta. “Percebemos que o discurso de incorporar tudo é o mesmo que falar em incorporar nada, porque não há recursos para as incorporações necessárias de uma forma ampla”, alerta. O sentimento, segundo ele, é de dever cumprido até aqui. “É muito gratificante atingirmos um resultado que vai mudar a mortalidade das pacientes com câncer de mama no Brasil”, diz o presidente da SBOC.
O professor Christian Blank, da University of Regensburg, na Holanda, trará ao XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, em outubro, novos dados sobre imunoterapia em melanoma no contexto adjuvante e combinação entre drogas alvo-direcionadas e imunoterapia para essa doença. Nesta entrevista, Blank também revela sua visão a respeito das perspectivas para a oncologia. O especialista formou-se na Technical University Munich, na Alemanha, e teve passagens por centros médicos da Escócia, Inglaterra e Estados Unidos. Em Amsterdã, é membro do Departamento de Oncologia e líder da Divisão de Imunologia do Netherlands Cancer Institute – Antoni van Leeuwenhoek Hospital. Também já foi palestrante convidado em mais de 60 congressos nacionais e internacionais e é autor de 70 publicações. Confira:
Qual é o papel da imunoterapia no melanoma no cenário adjuvante?
Até agora, temos dados apenas com o ipilimumabe adjuvante, nos quais vemos benefícios em sobrevida global, mas com o custo de alta toxicidade. Esperamos que sejam apresentados na ESMO dados de adjuvância com nivolumabe e também de dabrafenibe mais trametinibe. Ambos os estudos parecem ser positivos e, com certeza, irei discuti-los no Congresso no Rio.
Qual a sua maior aposta para o tratamento do melanoma metastático num futuro próximo?
Veremos mais combinações de terapias, como a combinação de terapia-alvo e imunoterapia, mas também diferentes combinações de imunoterapia. Neste aspecto, penso não apenas em combinações de inibidores de checkpoint, mas também, por exemplo, em vacinas, citocinas ou inibição de indoleamina 2,3-dioxigenase (IDO) em combinação com inibidores de checkpoint.
Poderia comentar a mudança de paradigma no tratamento do melanoma metastático do sistema nervoso central com o uso de terapia sistêmica?
A combinação de ipilimumabe mais nivolumabe proporciona altas taxas de resposta em metástases cerebrais assintomáticas (equivalente à taxa de resposta em órgãos fora do sistema nervoso central). Isso muda o dogma de que as metástases cerebrais sempre respondem menos do que as periféricas.
Como você imagina a oncologia em 5 anos?
Imagino que veremos a imunoterapia tornar-se parte da estratégia de terapia em todas as doenças malignas, principalmente em combinação com terapias-padrão atuais, ou como terapias de consolidação para alcançar resultados positivos no longo prazo. Além disso, temos que caminhar cada vez mais para a imunoterapia personalizada de modo a usar esses tratamentos tóxicos – no sentido literal e também financeiramente – da melhor maneira e somente para os pacientes certos.
O que de mais interessante pretende trazer para o XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica?
Eu acho que os dados mais empolgantes que produzimos atualmente são sobre imunoterapias neoadjuvantes em doença inicial. Existem taxas de resposta impressionantes. Este é o caminho a seguir para aprender sobre requisitos de respostas e se eles podem ser aplicados a todas as doenças malignas. Dessa forma, esses dados são um marco também para outros tipos de câncer.
Qual é a principal mensagem que gostaria de transmitir aos jovens oncologistas?
Vivemos uma época empolgante ao nos afastar das terapias paliativas não direcionadas para terapias direcionadas e até curativas. Estou convencido de que, se entendermos melhor como usar as imunoterapias, a proporção de pacientes que vamos curar aumentará consistentemente. Para encontrar os biomarcadores certos, a modulação correta do microambiente que permita ao sistema imune curar os pacientes do seu câncer, precisamos de todo o poder intelectual dos jovens.
Participe do XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica!
O evento será realizado de 25 a 28 de outubro, no Hotel Windsor Oceânico, no Rio de Janeiro (RJ). A programação e a área de inscrições estão disponíveis no site www.semanaonco.com.br/oncologiaclinica. #CongressoSBOC
O Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, é o novo endereço da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Mais especificamente o número 2073, Edifício Horsa II, conj. 1003, 10º andar. A área de 240 metros quadrados foi adquirida com recursos próprios depois que a Assembleia Geral Extraordinária autorizou a mudança da sede de Belo Horizonte para São Paulo. A inauguração ocorreu na noite de 4 de agosto, com a presença de diretores e convidados (veja a galeria de fotos aqui).
O imóvel é mais moderno e funcional do que o anterior. Além da área de escritório dedicada às atividades administrativas, possui uma sala de reunião que pode ser utilizada como espaço para eventos com até 50 pessoas. As reuniões da diretoria da SBOC, que já aconteciam em São Paulo nas últimas três gestões, agora poderão ocorrer na própria sede. A intenção da diretoria é também promover encontros científicos e workshops. “É simples, mas confortável, com boa localização, como os membros da SBOC merecem”, descreve o Dr. Gustavo Fernandes, presidente da entidade. “Já era uma de nossas metas administrativas desde o início da gestão”, ressalta.
O futuro presidente eleito da SBOC para o período 2017/2019, Dr. Sergio Simon, classifica a mudança para a Avenida Paulista, centro cultural e financeiro do país, como emblemática da nova SBOC, cada vez maior e mais atuante no cenário da oncologia nacional. “A nova sede nos permite crescer em tamanho e importância, representando a especialidade que mais se desenvolve no país”, afirma.
Localização privilegiada
Para o vice-presidente de Organização, Planejamento e Administração da SBOC, Dr. Jorge Sabbaga, é absolutamente lógico que a sede fique na cidade que concentra o maior número de oncologistas, associados, residentes de oncologia, hospitais especializados e de pacientes oncológicos atendidos. O Dr. Gustavo Fernandes lembra que a maior parte dos eventos em oncologia também está em São Paulo. “Os associados da SBOC de outros Estados, de norte a sul do país, vêm a São Paulo para essas atividades; é uma sede mais frequentável”, define.
A Dra. Cinthya Sternberg, diretora executiva da SBOC, conta que o entendimento dos associados que participaram da decisão em Assembleia foi pela necessidade de ter a sede num lugar mais centralizado e de melhor acesso. “A malha aérea de São Paulo é incomparável e nossa localização é espetacular, num prédio conhecido, nobre”, frisa. Ela tem a expectativa de que os membros da Sociedade conheçam a nova sede e proponham iniciativas para utilização do espaço. “É a casa de todo mundo”, resume.
A capital paulista atendeu ao maior número de critérios em todas as análises sobre onde deveria ser a sede, conforme relata o secretário de Comunicação da SBOC, Dr. Claudio Ferrari. O médico destaca que a região do Conjunto Nacional é próxima de serviços de saúde, hospitais, metrô e não distante dos aeroportos. “É tudo pensado, uma tentativa desapaixonada de fazer uma escolha que encante os associados”, salienta. “Estar aqui neste endereço, neste andar, com uma vista tão bacana, é um bônus”, diz.
Na opinião do Dr. Jacques Tabacof, vice-presidente de Relações Nacionais e Internacionais da SBOC, a inauguração da sede num lugar ícone da cidade, um cartão-postal brasileiro, coroa a trajetória de sucesso da organização. “A SBOC era muito pequena e agora tem essa abrangência”, constata.
Relacionamento interinstitucional
Outra grande motivação para a escolha do local, segundo o Dr. Gustavo Fernandes, foi a proximidade com outras entidades médicas, como a Associação Médica Brasileira (AMB). “Procuraremos ter uma interação muito boa com as outras especialidades assim que a SBOC for oficializada como representante da Oncologia Clínica na AMB”, adianta. O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Dr. Renato Françoso Filho, também deu as boas-vindas à Sociedade durante a inauguração, ao realçar que o prédio do Cremesp também está a poucos metros. “É importante essa localização física estratégica em São Paulo, um dos maiores centros médicos e de pesquisa da nação”, pontua.
O presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia, Dr. Eduardo Weltman, concorda que a proximidade fortalecerá os relacionamentos interinstitucionais. “Achei fabuloso a SBOC vir para São Paulo, porque muita coisa acaba acontecendo aqui. Poderemos trabalhar mais em conjunto, não apenas virtualmente. A abertura dessa sede traz a possibilidade de crescermos juntos”, avalia. “O fato de a Sociedade mudar agora para cá a torna mais ágil na relação com toda a dinâmica empresarial nacional e facilita o acesso de colegas de outras regiões à sua sede”, acrescenta o Dr. Paulo Hoff, membro da SBOC e diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
Artigo do professor Paulo Hoff, diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), publicado no blog Letra de Médico, de Veja.com, destaca o impacto positivo de uma experiência de acompanhamento mais próximo dos pacientes com câncer. Estudo do Memorial Sloan Kettering (EUA) apontou que o grupo usuário de um software para enviar às enfermeiras, de forma imediata, as informações mais sérias sobre seu estado de saúde apresentou ganho em termos de qualidade de vida, menor número de hospitalizações e melhora na sobrevida.
“O estudo americano confirma algo em que já acreditávamos, que o carinho humano e a disponibilidade de auxílio fora do ambulatório têm um grande impacto no resultado do tratamento. Só não imaginávamos o real tamanho desta diferença”, escreve Paulo Hoff. O especialista conta haver um programa similar no Icesp, o “Alô enfermeiro”, que tem evitado muitas hospitalizações e complicações.
Leia o artigo de Veja.com completo aqui.
Confira o estudo publicado no JAMA. Associados têm livre acesso pela Biblioteca da SBOC.
Em entrevista exclusiva à Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o Dr. Keiichi Fujiwara, professor associado do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Kawasaki Medical School, em Kurashiki-City, Japão, comenta as principais novidades em câncer de ovário. Por sua atuação na área clínica e em pesquisa, o Dr. Fujiwara tornou-se membro do grupo de trabalho de câncer ovariano do Instituto Nacional do Câncer (NCI) dos Estados Unidos. Também é presidente do Departamento de Oncologia Ginecológica da Saitama Medical University. A seguir, o especialista destaca as limitações e os avanços em rastreamento, preservação da fertilidade, benefícios e malefícios da hormonioterapia, potencial dos testes genéticos, terapias-alvo e imunoterapia.
O rastreamento ainda é um grande desafio quando se pensa em câncer de ovário? Quais são as perspectivas de avanço a esse respeito?
A triagem para câncer de ovário ainda é desafiadora. Algumas pesquisas demonstraram que a combinação do padrão de mudança de CA125 e o uso de ultrassonografia pode ser útil, mas até agora não se tornou padrão.
Como é a relação entre tratamento e preservação da fertilidade hoje?
A preservação da fertilidade é considerada quando a paciente possui tumores de células germinativas (e não um câncer epitelial comum), mesmo na doença avançada. No entanto, nos casos de câncer epitelial, somente pacientes com doença em estágio IA podem ser candidatas à preservação da fertilidade.
Como você avalia a relação entre tratamentos hormonais (contraceptivo, reposição hormonal pós-menopausa) e mortalidade por câncer de ovário?
Sabe-se que o uso de contraceptivos reduz o risco de câncer de ovário em um terço. Em relação à terapia de reposição hormonal, o risco de ocorrência de câncer de ovário é controverso, mas ela pode conferir maior risco. O uso da terapia de reposição hormonal após o tratamento do câncer de ovário também é controverso. Portanto, é recomendável fazer um julgamento de seu uso com base nos benefícios de acordo com o perfil da paciente, a partir de critérios tais como idade e eficácia de tratamentos anteriores.
Quais os progressos obtidos nos últimos anos em relação às terapias-alvo e à imunoterapia?
A principal notícia relacionada ao câncer de ovário é que um dos inibidores de PARP, o olaparibe, tornou-se disponível para pacientes com câncer de ovário de caráter recorrente sensível à platina e que possuem mutação germinativa do gene BRCA. Até agora, todos os agentes imunoterápicos estão sob investigação para o câncer de ovário.
Qual é o potencial dos testes genéticos para prevenir e tratar o câncer de ovário?
A mutação BRCA1 ou BRCA2 será o teste genético potencial para todas as pacientes com câncer de ovário epitelial, pois agora é sabido que elas poderiam ser o alvo do inibidor de PARP, que se tornou disponível para aquelas pacientes com mutações germinativas em BRCA. Para as mulheres que têm uma história familiar significativa de câncer de mama ou câncer de ovário, será relevante ter o teste genético para BRCA. O teste deve ser realizado na clínica ou hospital onde o aconselhamento genético apropriado estiver disponível.
A cirurgia de remoção de ovário é uma medida preventiva importante? Considera-se que a remoção do ovário é eficaz para prevenir o câncer em mulheres que sabem ter mutação germinativa nos genes BRCA. No entanto, é importante considerar que a probabilidade de desenvolver câncer de ovário aos 70 anos é de apenas 35% a 46%para as mulheres com mutação BRCA1 e de 13% a 23% em mulheres com mutação BRCA2. O risco e o benefício da cirurgia preventiva de remoção de ovário devem ser profundamente discutidos com os médicos.
Reportagem do portal DiárioRS destaca que a adesão do público-alvo nas campanhas de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) permanece como um desafio no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, neste mês de agosto vencerá um estoque de 231 mil doses. Até 2018, o estoque a vencer é de 1,6 milhão. Para o Dr. Álvaro Machado, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), ainda há muita desinformação sobre o assunto. “Na internet vemos inúmeras baboseiras sobre vacinas. As vacinas são seguras, testadas em milhares de pessoas e hoje já administradas a milhões de indivíduos no mundo todo. A Austrália, primeiro país a disseminar o uso da vacina contra o HPV, reduziu o câncer de colo uterino em 50%”, revela.
A matéria destaca que o Ministério da Saúde anunciou, em junho, a ampliação na oferta de vacina contra o HPV para meninos de 11 a 15 anos incompletos. O Brasil tornou-se o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para esses jovens em programas nacionais de imunização. A vacina também é ofertada para meninas de 9 a 15 anos, desde 2014. A meta para 2017 é vacinar 80% dos 7,1 milhões de meninos de 11 a 15 anos e das 4,3 milhões de meninas entre 9 e 15 anos.
Henrique Prata lançou em São Paulo (SP), nesta semana, o livro “A Providência – Os milagres que levam a filosofia do Hospital de Câncer de Barretos para todo o Brasil” (Ed. Gente). Gestor da instituição há 29 anos, Prata, que também é pecuarista, conta na publicação como as doações de empresários, celebridades e da população em geral têm possibilitado a expansão da organização. Já existem filiais do hospital no interior paulista e em Mato Grosso do Sul, Rondônia, Bahia e Sergipe. Outras duas estão em construção no Acre e no Amapá.
A repercussão de sua primeira obra, “Acima de tudo o amor” (2011), com 140 mil exemplares vendidos, trouxe novos doadores ao Hospital de Câncer de Barretos e impulsionou ainda mais esta trajetória de crescimento do complexo. O livro de estreia traz a história do hospital desde a sua fundação, além de abordar o papel decisivo das doações de terceiros na sua manutenção.
Um dos maiores desafios de Prata é o de buscar ajuda constantemente para cobrir o déficit de R$ 21 milhões mensais, para a operação de todas as unidades do complexo. O valor é a diferença entre os custos reais de 830 mil atendimentos gratuitos ao ano e a verba disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ficha técnica
Título: A Providência
Subtítulo: Os milagres que levam a filosofia do Hospital de Câncer de Barretos para todo o Brasil
Autor: Henrique Prata
Selo: Gente
ISBN: 978-85-452-0177-9
Formato: 16 x 23 cm
Páginas: 160
Gênero: Não-ficção
Lançamento: Agosto de 2017
Preço de capa: R$ 35,00
Atendendo a reivindicação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o Ministério da Saúde publicou hoje (3) a Portaria nº 29 com a decisão de incorporar o trastuzumabe para o tratamento do câncer de mama HER2-positivo metastático em primeira linha no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O prazo máximo para disponibilizar o medicamento é de 180 dias. “A incorporação corrige um erro histórico”, diz o Dr. Gustavo Fernandes, presidente da SBOC. “Este tratamento vem sendo negado à população brasileira há duas décadas”, reforça.
Em março, representantes da SBOC fizeram uma apresentação presencial, em Brasília (DF), aos técnicos da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). O parecer técnico da SBOC englobou revisão sistemática da literatura, avaliação de custo-efetividade e análise de impacto orçamentário. O Dr. André Sasse, membro da Sociedade, destaca que a abordagem foi inédita por envolver também a discussão dos preços praticados no mercado e eventuais descontos possíveis de serem negociados com a indústria farmacêutica. O trastuzumabe está entre os medicamentos mais judicializados no país.
Estudos publicados no Journal of Clinical Oncology e no Journal of Global Oncology, em 2015 e 2016, respectivamente, mostram que a incorporação ao SUS do trastuzumabe deve salvar 600 vidas de mulheres com câncer de mama metastático HER2-positivo no Brasil a cada dois anos. Do total de 2 mil pacientes diagnosticadas com este subtipo da doença em 2016, apenas 808 estarão vivas, após dois anos, se forem tratadas somente com quimioterapia. Caso recebessem a combinação de quimioterapia e trastuzumabe, o número de sobreviventes subiria para 1.408.
A revista Fonte traz um artigo do secretário de Comunicação da SBOC, Dr. Claudio Ferrari, sobre o desafio de acompanhar o crescente volume de informações e a recente introdução dos dados moleculares na avaliação dos tumores e da possível predisposição ao câncer. Na opinião dele, a computação cognitiva é a melhor aliada para o processamento desses dados complexos com o intuito de tornar realidade a medicina personalizada.
“Ao ajudar a identificar os elementos mais relevantes de cada caso, trazendo à atenção os estudos científicos mais recentes e as probabilidades envolvidas, considerando ainda os resultados previstos para as diferentes intervenções e as prováveis interações medicamentosas, a computação cognitiva poderá favorecer enormemente as tomadas de decisão”, afirma.
A publicação é da Prodemge, empresa de tecnologia da informação do Governo de Minas Gerais.
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Novos cursos de medicina como os da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos e da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein optaram por distribuir os conceitos de oncologia durante os seis anos de graduação. A iniciativa busca uma forma mais interdisciplinar de ensinar aos futuros médicos a epidemiologia do câncer e como diagnosticar uma neoplasia ou mesmo realizar diagnóstico diferencial.
A preocupação com o ensino da oncologia na graduação é grande diante dos números. Levantamento recente do Centro Infantil Boldrini, de Campinas (SP), mostra que a disciplina é ofertada em apenas 25,7% dos 159 cursos com grade curricular disponível. E mesmo nesses casos, a carga horária é baixa: de 30 a 40 horas de um total de pelo menos 5 mil horas teóricas da graduação. “Boa parte dos currículos médicos não se adaptou às mudanças da medicina”, avalia a Dra. Silvia Brandalise, presidente do Boldrini. “Isso é muito grave porque a suspeita do câncer é do clínico, do pediatra, do ortopedista”, ressalta.
O Dr. Sergio Vicente Serrano, diretor geral da Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos, conta que lá a oncologia não é uma disciplina separada. Os conceitos da área permeiam toda a formação dos acadêmicos. Eles aprendem, por exemplo, biologia molecular, prevenção, rastreamento, abordagem de más notícias, reabilitação e cuidados paliativos. “Os alunos acessam frequentemente o Hospital de Câncer de Barretos, onde têm contato com profissionais experientes atuando em todas essas áreas”, descreve o diretor. “A integração é uma importante característica da nossa metodologia”, aponta. A primeira turma do curso se forma em 2017.
Outro curso recém-criado aposta no ensino da Oncologia do primeiro ao sexto ano. Na Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, que abriu as portas no ano passado e terá os primeiros formandos em 2021, a oncologia tampouco existe como disciplina isolada. “O conteúdo é distribuído nas grandes áreas de acordo com o momento do aprendizado”, diz o Dr. Julio Cesar Martins Monte, coordenador da graduação. “Saímos muito das especialidades no nosso curso, pois o foco é propiciar uma formação sólida geral”, explica.
Novidades também na FMUSP
Na tradicional Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), de 104 anos, também estão ocorrendo mudanças. Segundo o Dr. Daniel Fernandes Saragiotto, vice-coordenador do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), até 2014, a carga horária total da oncologia era de somente 24 horas. Agora, após uma revisão profunda do currículo, passou a existir uma integração com outras disciplinas de forma a priorizar o diagnóstico precoce e os tratamentos curativos, além dos principais conceitos de acompanhamento do paciente com câncer. A disciplina de oncologia foi mantida; terá maior carga horária e será ministrada no quarto ano, mas com inserções nos outros anos também. O especialista conta que o Icesp pertence ao complexo Hospital das Clínicas-FMUSP e, assim, tem participado do processo de atualização do currículo médico. “Ano a ano estamos trabalhando para adequar a grade à medicina atual e já percebemos os benefícios dessa abordagem integrada”, destaca o oncologista.