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O custo dos medicamentos para tratamento de pessoas com câncer é um dos maiores desafios dos sistemas de saúde no mundo todo. No Brasil, muitas dessas drogas, inclusive algumas já aprovadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), não cabem nos valores da Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (Apac). Para discutir como tornar real o acesso dos pacientes a esses tratamentos, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) participou de reuniões entre o Ministério da Saúde e representantes de quatro laboratórios farmacêuticos, na semana passada.
O Dr. Sergio D. Simon, presidente da SBOC, a Dra. Cinthya Sternberg, diretora executiva, e o Dr. Renan Clara, gerente geral, foram a Brasília como facilitadores desse diálogo. Pelo Ministério da Saúde, estiveram a Dra. Maria Inês Gadelha, oncologista e chefe de gabinete da Secretaria de Atenção à Saúde, e Sandro Martins, coordenador geral de Atenção Especializada.
Ao final das reuniões, ficou estabelecido que esse processo deverá continuar e ser expandido por meio de novas rodadas de conversação. “É a primeira vez que existe um contato direto entre a Secretaria de Atenção à Saúde e fabricantes de medicamentos oncológicos com essa finalidade”, destaca o Dr. Sergio D. Simon. “Acredito que esses encontros marcarão uma nova fase de incorporação e oferta de medicamentos no Sistema Único de Saúde, o que deve beneficiar milhares de pacientes com câncer na saúde pública”, finaliza o presidente da SBOC.
O “Fórum Oncoguia: A realidade do câncer raro no Brasil” reuniu especialistas e pacientes, no dia 28 de agosto, para discutir os desafios desse conjunto de doenças, que são numerosas e bastante diferentes entre si. Dentre os múltiplos desafios encontrados por esses pacientes, destacam-se a dificuldade diagnóstica, o atraso para início do tratamento e a limitação das terapias disponíveis para indicações específicas. A diretora executiva da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Dra. Cinthya Sternberg, foi convidada a propor ideias de como a SBOC pode se posicionar sobre o tema. Dentre as iniciativas da SBOC, ela explicou que a Sociedade contribui para a educação de oncologistas clínicos em cânceres raros e citou como exemplos o Programa de Especialização em Tumores Neuroendócrinos, lançado este ano, e o de Oncogenética para Residentes, que já teve duas edições. “Pelo acordo de reciprocidade que temos com a sociedade europeia, a ESMO, nossos associados têm acesso também aos mesmos treinamentos que os europeus”, destacou.
Outro ponto ressaltado pela Dra. Cinthya Sternberg foi a necessidade de adequar os critérios para aprovação de medicamentos para cânceres raros, as chamadas drogas-órfãs. “Os estudos clínicos precisam de desenhos muito específicos porque não conseguem recrutar o mesmo número de pacientes comumente adotado para os tumores de alta prevalência e incidência”, explica. “É uma dificuldade obter evidências com os mesmos critérios, por isso essa regulamentação poderia ser revista no sentido de facilitar o acesso dos pacientes aos medicamentos.”
A diretora executiva da SBOC frisou, ainda, os desafios para o desenvolvimento de medicamentos para esses tipos de câncer em virtude da baixa demanda comercial.
O Dr. Rodrigo Munhoz, vice-presidente da SBOC para Ensino da Oncologia e membro do Comitê Científico do Instituto Oncoguia, também participou do fórum. Alertou para o fato de não haver uma definição brasileira sobre cânceres raros, e que são utilizados conceitos da Europa e dos Estados Unidos. Além disso, de acordo com o médico, muitas vezes os profissionais envolvidos no cuidado do paciente têm grande dificuldade para estabelecer o diagnóstico exato devido à raridade de algumas dessas doenças. As análises subsequentes podem, então, tomar muito tempo, retardando a avaliação inicial, fundamental para que se consiga oferecer uma chance de cura no momento oportuno.
“O evento procurou discutir iniciativas e estratégias para melhorar o desfecho de pacientes com câncer raro, nesses diferentes desafios, elaborar intervenções ou pelo menos propostas para que possamos acelerar o diagnóstico e o acesso a serviços de referência”, resume Munhoz, oncologista clínico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e do Hospital Sírio-Libanês.
Ao fim do encontro, os especialistas convidados formaram um grupo de trabalho para escrever recomendações acerca do câncer raro no Brasil.
O Dr. Sergio D. Simon, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), entregou em mãos à Dra. Rosana Leite de Melo, secretária executiva da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), documento para atualização da matriz de competências do oncologista clínico no Brasil. O encontro ocorreu no dia 21 de agosto, em Brasília (DF).
“A formação dos oncologistas clínicos, que tem como padrão-ouro a residência médica, precisa contemplar a nova realidade da prevenção e tratamento oncológicos após mudanças profundas geradas pelo avanço da especialidade”, explica o Dr. Sergio D. Simon. A última atualização havia ocorrido em 2008, quando o período de formação aumentou de dois para três anos.
Por sua vez, o novo programa está alinhado com as Recomendações para um Currículo Global em Oncologia Clínica, elaborado conjuntamente pelas Sociedades Europeia e Americana de Oncologia – ESMO/ASCO – em 2016 e atualizado periodicamente.
Após tratativas iniciais com a CNRM em maio, a SBOC convocou um grupo de trabalho para elaborar o novo modelo. A coordenação foi do Dr. Rafael Kaliks, membro titular da SBOC e oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. O texto foi, então, apresentado a coordenadores de programas de residência e outros membros da SBOC com amplo conhecimento em educação de residentes e com características de serviço distintas para coletar sugestões. O resultado é o programa entregue à Dra. Rosana, em reunião da qual também participou o gerente geral da SBOC, Dr. Renan Clara.
De acordo com o presidente da SBOC, a proposta deve ser defendida durante a sessão plenária da CNRM em setembro para, na sequência, ser oficializada. “Prevemos uma implantação gradual por todos os programas de residência médica em Oncologia Clínica do país com início em 2019 e término no ano de 2021, considerando a adoção do novo programa sempre para os residentes do primeiro ano”, conta Simon.
Grupo de trabalho
Além do próprio Dr. Sergio D. Simon, do vice-presidente da SBOC para Ensino da Oncologia, Dr. Rodrigo Ramella Munhoz, e do coordenador do grupo de trabalho, Dr. Rafael Kaliks, participaram da construção do documento: Dra. Carolina Fittipaldi Pessoa (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA), Dr. Daniel Cubero (Faculdade de Medicina do ABC), Dr. Daniel Saragiotto (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP), Dra. Daniela Galvão (Hospital Santa Izabel – Salvador/Bahia), Dr. José Augusto Rinck Jr. (AC Camargo Cancer Center), Dr. Pedro Liedke (Hospital das Clínicas de Porto Alegre – HCPA) e Dr. Sergio Vicente Serrano (Hospital de Câncer de Barretos/Hospital de Amor – Fundação Pio XII).
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) divulgou o resultado do Exame de Proficiência para Obtenção do Título de Especialista em Oncologia Clínica (TEOC). De 228 participantes, 76 foram aprovados (índice de 33%). Esses aprovados e aqueles que já tinham o Título de Especialista em Cancerologia Clínica e solicitaram a segunda via com a nova nomenclatura serão os primeiros a receber o TEOC. O período de recursos é de 27 de agosto a 3 de setembro.
O Exame de Proficiência foi realizado em edição única, conforme as normas da Associação Médica Brasileira (AMB), por conta do recente reconhecimento da Oncologia Clínica como especialidade oficial no Brasil. O público-alvo foram médicos com experiência comprovada como especialistas, considerando, por exemplo, formação, títulos acadêmicos, publicações e participação em eventos. Não houve etapa presencial, mas apenas análise dos documentos apresentados pelos candidatos.
A SBOC e a AMB também passarão a realizar, uma vez ao ano, o Exame de Suficiência para Obtenção do TEOC, destinado aos médicos recém-formados na especialidade ou que estejam adquirindo conhecimentos e experiência suficientes para alcançar a aprovação. O próximo ainda não tem data e local definidos.
Olha que timaço está na programação do Board Review SBOC Recife (13 de setembro), durante o II Onconordeste: Nivaldo Vieira (SE), Rodrigo Guindalini (BA), Renata Cangussu (BA), Luciana Landeiro (BA), Divaldo Alencar (AL), Leonardo Atem (CE), Karine Trindade (CE), Iuri Amorim de Santana (BA), Samira Mascarenhas (BA), Duílio Rocha (CE), Juliana Florinda (RN), Markus Gifoni (CE), Fábio Nasser (CE), Rodrigo Munhoz (SP) e Thaiana Santana (SE). Corre que as vagas são limitadas! Este curso de revisão é gratuito para associados adimplentes da SBOC e R$ 250 para os demais interessados. Inscreva-se: http://bit.ly/2MQKuDV
Os presidentes da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), Dr. Sergio D. Simon e Dr. Carlos Vital Lima, respectivamente, reuniram-se em Brasília, no dia 21 de agosto, para conversar sobre como têm ocorrido as decisões sobre a incorporação de medicamentos oncológicos ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O CFM é a única entidade médica com assento na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). O representante do Conselho é o Dr. Aníbal Gil Lopes, que também participou da reunião com a SBOC.
Simon enfatizou que a maior parte dos pareceres da Conitec contrários à oferta de novos medicamentos oncológicos aos pacientes com câncer atendidos pela rede pública questiona as evidências científicas de eficácia e segurança. “Isso não faz sentido, pois são todas drogas já analisadas e registradas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] no país”, afirma o presidente da SBOC. “Imaginamos que as decisões da Conitec sejam baseadas nas projeções de custos dos medicamentos e na limitação de recursos do Ministério da Saúde, mas isso precisa ocorrer de forma transparente, inclusive com a publicação dos cálculos e dos critérios”, defende.
O Dr. Aníbal Gil Lopes, do CFM, explicou que os proponentes de incorporação são sempre convidados pela Conitec para apresentar suas propostas presencialmente e que, hoje, por lei, não é possível que sociedades médicas de especialidade tenham assento na Comissão. Simon reiterou que toda a oncologia brasileira, a diretoria da SBOC e os membros da Sociedade estão à disposição do CFM e da Conitec para prestar informações sobre a incorporação de medicamentos para tratamento de câncer, bem como participar de discussões e reflexões a respeito. Além disso, a SBOC acredita que o governo pode e deve manter tratativas com a indústria farmacêutica no sentido de negociar valores mais acessíveis em função do volume de oferta a partir de possíveis incorporações.
Saúde suplementar
Outro tema da reunião foram as incorporações de medicamentos oncológicos ao rol de cobertura obrigatória pelos planos de saúde, atualizado periodicamente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O órgão responsável por essas análises é o Cosaúde, onde há representantes do CFM e da Associação Médica Brasileira (AMB). Segundo o Dr. Sergio D. Simon, a dificuldade é semelhante: decisões do Cosaúde com justificativas de alegada falta de robustez de estudos clínicos enquanto os motivos reais são restrições orçamentárias das operadoras e seguradoras de saúde.
“Na saúde suplementar, temos ainda outra situação esdrúxula: somente os medicamentos orais deixam de ser ofertados aos pacientes por não estarem no rol da ANS, enquanto os intravenosos são incorporados automaticamente logo depois de serem aprovados pela Anvisa, o que é o certo”, pontua o presidente da SBOC.
O presidente Dr. Carlos Vital Lima ofereceu o apoio do CFM aos pleitos da SBOC e colocou o Conselho à disposição para colaborar no que for necessário. A AMB já tem discutido também, em reuniões de seus Conselhos, as incorporações à Conitec e ao Cosaúde.
A falta de investimentos tem provocado uma grave crise no acesso à radioterapia no Brasil. Este foi o principal tema da sessão de abertura do XX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia, na quinta-feira, 15. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), representada por sua diretora executiva, Dra. Cinthya Sternberg, e a Associação Médica Brasileira, com o presidente Dr. Lincoln Lopes Ferreira, foram algumas das sociedades médicas que participaram da mesa.
De acordo com o Dr. Arthur Accioly Rosa, presidente da SBRT, o Brasil tem hoje apenas 60% da estrutura necessária para tratar os pacientes que precisam de radioterapia. Considerando os cinco tumores mais prevalentes na população – próstata, mama, colorretal, pulmão e colo uterino – foram calculadas 5 mil mortes advindas da falta de acesso a radioterapia, no ano de 2016. “Temos trabalhado de forma intensa com o Ministério da Saúde para requalificar a estrutura de funcionamento do SUS [Sistema Único de Saúde] para a radioterapia. Há uma portaria pronta, cuja publicação havia sido prometida para o início do ano, mas infelizmente não ocorreu ainda”, denuncia. “Estamos agora passando essas informações para a imprensa, divulgando que a crise é intensa e muita gente vai morrer por causa disso.”
A Dra. Cinthya Sternberg parabenizou a SBRT pelo evento e pela atuação e posicionamento neste contexto de crise para a radioterapia, procurando discutir alternativas viáveis para enfrentar sucateamento dos serviços, remuneração defasada, falta de equipamentos e profissionais e tantos outros fatores que prejudicam o cuidado adequado ao paciente. “É importante que todas as sociedades apoiem qualquer empreitada que vá, em última análise, trazer benefícios aos pacientes”, enfatiza a diretora da SBOC.
O presidente da SBRT explicou também, ao comemorar 20 anos, o Congresso tem um tema atual, que é o “Hipofracionamento: menos pode ser mais”, isto é, como as técnicas de tratamento de tempo mais curto podem otimizar os recursos e os resultados da radioterapia. O evento é anual e está sendo realizado em Belo Horizonte (MG) pela terceira vez em sua história; a última havia sido em 1998. Esta edição conta com 12 convidados internacionais.
Trabalhos científicos
Os resumos dos pôsteres e das apresentações orais do XX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia estão publicados no número suplementar da Brazilian Journal of Oncology, a revista científica da SBOC, da SBRT e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Foram 176 trabalhos submetidos, sendo 169 aprovados por radio-oncologistas de diferentes serviços do país que participaram da avaliação. O quantitativo de trabalhos submetidos superou as expectativas dos organizadores.
“É muito importante essa aproximação com a SBCO e a SBOC, o nosso trabalho cooperativo, multidisciplinar, defendendo o interesse dos profissionais envolvidos com o tratamento do câncer”, destaca o Dr. Arthur. “Estamos empenhados também na organização da II Semana Brasileira da Oncologia, em 2019, que certamente será um sucesso muito grande.”
Estão abertas as inscrições online para os Board Reviews da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) em Recife (13 de setembro), Rio de Janeiro (20 de setembro) e Porto Alegre (27 de setembro). O curso é gratuito para associados adimplentes da SBOC. Não associados pagam R$ 250. A programação também já está disponível no site. Atenção: as vagas são limitadas.
A atividade faz parte da Escola Brasileira de Oncologia, braço educacional da SBOC. O público-alvo dos board reviews é formado por residentes em Oncologia Clínica interessados em revisar o conteúdo programático geral de sua formação e oncologistas em busca de atualização de seus conhecimentos.
Cada board review terá duração de um dia inteiro, das 8h às 18h, com aulas sobre as principais áreas da especialidade: rastreamento, prevenção e síndromes hereditárias; câncer de mama; tumores geniturinários; câncer de pulmão; câncer gastrintestinal; tumores ginecológicos; tumores de pele e sarcomas; e neuro.
Os conteúdos foram desenvolvidos por especialistas convidados pela SBOC por sua experiência clínica e assistencial, assim como didática, acadêmica e na área de pesquisa. Em cada cidade, as aulas serão ministradas por palestrantes locais ou regionais também selecionados pela Sociedade com os mesmos critérios.
As aulas serão expositivas, contemplando de forma objetiva o conteúdo programático mínimo para cada tema e também respeitando a aplicabilidade de relevância conforme legislação e aprovações vigentes no Brasil, sempre em linha com as Diretrizes da SBOC.
Eventos conjuntos
O Board Review de Recife, no dia 13 de setembro, ocorrerá durante o II Onconordeste. Na semana seguinte, é a vez do Rio de Janeiro (RJ), em 20 de setembro, no X Congresso Franco-Brasileiro de Oncologia. O último será em Porto Alegre (RS), no dia 27 de setembro, no Sheraton Hotel, como evento único.
Mais informações e inscrições: http://bit.ly/2BeozVP
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) faz um alerta para a sociedade sobre uma questão muito sensível a boa parte dos brasileiros: a cobertura obrigatória de tratamentos oncológicos pelos planos de saúde. Quando um novo medicamento é aprovado no país, pelas regras atuais demora até quatro anos para estar disponível aos pacientes da saúde suplementar. Isso se for aprovado por um comitê específico da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ocorre que a agência reguladora abriu uma consulta pública sobre essa metodologia, que tem a denominação técnica de atualização do rol de procedimentos da ANS. No entanto, para frustração dos oncologistas e de todos os profissionais envolvidos no tratamento de pacientes com câncer, a proposta da agência é tornar o processo ainda mais retrógrado.
A Consulta Pública nº 69, aberta até 16 de setembro (prazo inicial era 17 de agosto, mas foi prorrogado por 30 dias), propõe manter a periodicidade de atualização do rol de cobertura obrigatória pelos planos de saúde apenas de dois em dois anos. “Somos totalmente contra esse período tão longo porque os avanços no tratamento dos pacientes com câncer ocorrem em grande velocidade, com aprovações quase todo mês de novos medicamentos pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], e é direito dos pacientes ter acesso a terapias que podem salvar as suas vidas e/ou impactar a sua qualidade de vida de forma significativa”, afirma o presidente da SBOC, Dr. Sergio D. Simon.
O oncologista clínico explica que, na prática, esse prazo de dois anos acaba chegando a quatro. Isso porque os pedidos de incorporação de procedimentos/medicamentos ao rol da ANS são discutidos um ano e meio antes de o novo rol entrar em vigor. Sendo assim, pelas regras atuais, se um novo medicamento é aprovado logo após o encerramento das solicitações, sua análise ocorrerá somente no processo do próximo rol, relativo ao biênio posterior.
A proposta da SBOC é que as incorporações ocorram em até 90 dias após a aprovação da Anvisa. “Entendemos ser um prazo suficiente para que a ANS se pronuncie e as operadoras do setor se organizem para oferecer a cobertura”, diz Simon. De acordo com o presidente da SBOC, três meses é um prazo viável porque a análise de eficácia e segurança já é feita pela Anvisa, não havendo necessidade de ser refeita pela ANS. Além disso, a SBOC está à disposição para esclarecer qualquer dúvida da agência reguladora do ponto de vista técnico e científico a respeito de um novo medicamento.
Outro ponto enfatizado pela SBOC é que, com o prazo de 90 dias, a indústria pode e deve ser procurada para que estabeleça valores viáveis conforme o volume necessário para o medicamento ser ofertado aos pacientes. “Atualmente, com a judicialização, a oferta já acontece em prazos extremamente curtos, mas a desorganização faz com que essas compras sejam feitas a toque de caixa pelas operadoras/seguradoras, que acabam pagando preços elevados por uma quantidade mínima de medicamentos em benefício somente daqueles poucos pacientes que conseguem decisões favoráveis da Justiça”, lembra o médico.
Participação restrita
Também é grave o fato de que a ANS propõe, na Consulta Pública nº 69, restringir a participação da sociedade na próxima atualização do rol, a título de “transição” e “adaptação do sistema”. Segundo o Dr. Sergio D. Simon, a SBOC considera inadmissível esse tipo de justificativa baseada em burocracia e falta de estrutura. “A participação de toda a sociedade deve ser ampla e irrestrita. Não faz o menor sentido uma consulta pública para dizer que não haverá consulta pública”, ressalta.
O comitê da ANS especializado na atualização do rol, denominado COSAÚDE, hoje é composto por membros de diversos setores, inclusive CUT, Força Sindical e União Geral do Trabalhadores, mas não tem representantes da Oncologia. Diante da crescente importância do câncer na saúde pública e suplementar, haja vista que a doença será a maior causa de morte entre os brasileiros nos próximos anos, a SBOC reivindica um assento permanente no COSAÚDE no sentido de contribuir para a qualificação de debate técnico, científico e de políticas de acesso dos pacientes oncológicos ao diagnóstico e ao tratamento.
Por fim, a SBOC entende que os critérios da ANS para incorporação ou não de procedimentos/medicamentos precisam ser mais claros e transparentes. Por exemplo, não há porque analisar eficácia e segurança, uma vez que tal análise já foi realizada pela Anvisa. “As análises de custo-efetividade precisam ter parâmetros pré-definidos a partir de reflexões e debates do COSAÚDE e também de negociação com a indústria”, finaliza o presidente.
A revista científica da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) está avançando nos requisitos técnicos para obter a indexação a bases de dados mundiais. A nova plataforma de submissão de artigos da Brazilian Journal of Oncology (BJO) entrou em funcionamento há poucos dias e já teve vários trabalhos cadastrados.
A GNPapers, como é denominada a plataforma, é em inglês, disponibiliza todos os arquivos em nuvem, tem preenchimento intuitivo e salva as informações automaticamente a cada etapa. Os documentos em Word são convertidos para linguagem html e apresentados online aos revisores e editores, que têm a opção de baixá-los em PDF caso prefiram. Outro atributo é a responsividade, isto é, a capacidade de ajustar a disposição do layout ao tamanho da tela do usuário para facilitar a leitura e a localização dos botões, quando o acesso é feito por celular ou tablet, por exemplo.
Também há balões informativos que orientam o correto preenchimento do formulário de submissão, além de campos já separados para o upload de imagens e validação de palavras-chave padronizadas pelos índices de descritores.
O processo de avaliação do artigo também foi simplificado. O médico recebe o convite por e-mail para ser o revisor. Clicando no link, já pode aceitar e fazer a avaliação, sem a necessidade de login e senha. Não é necessário baixar nenhum arquivo e ele pode interromper, acessar novamente depois e continuar de onde parou, tendo todas as informações sempre salvas pelo sistema. Para inserir comentários, pode selecionar o trecho em questão e escrever. As observações ficarão visíveis para o editor e para o autor, uma vez finalizada a revisão.
Objetivo: indexação
A Dra. Rachel Riechelmann, editora executiva da Brazilian Journal of Oncology, explica que todo o investimento nesses quesitos técnicos do periódico tem como objetivos facilitar a participação dos autores, revisores e do corpo editorial e obter a indexação da revista a bases de dados internacionais. “É importante ressaltar que a BJO tem um grande potencial, pois a indexação fará com que a visibilidade da publicação aumente muito”, afirma. “Outro ponto fundamental é que, de acordo com as regras atuais, todos os artigos publicados desde a primeira edição serão indexados retroativamente”, acrescenta.
A Brazilian Journal of Oncology foi lançada em 2017 como publicação open access – isto é, sem custo para submissão nem para o acesso dos leitores. Uma das obrigatoriedades para a indexação é superar dois anos de edições contínuas e com periodicidade regular – no caso, trimestral. Para a Dra. Rachel, o início da revista foi uma ação pioneira da SBOC, da SBCO e da SBRT.
“Com a parceria das três Sociedades em um único periódico, atingimos volume e qualidade científica suficientes para a indexação”, avalia o Dr. Gustavo Fernandes, editor-chefe de Oncologia Clínica da BJO. “É primordial termos um periódico nacional forte, que reflita a realidade da Oncologia em nosso país. Queremos que os especialistas leiam o conteúdo da revista e nos mandem seus artigos”, pontua. Além dos brasileiros, a ideia é atrair trabalhos de pesquisadores de outros países da América Latina.
Multidisciplinar
Segundo o editor-chefe de Radioterapia da BJO, Dr. Harley Francisco de Oliveira, a divulgação científica pelas três Sociedades está em consonância com a atuação multidisciplinar dos oncologistas clínicos, cirurgiões oncológicos e radio-oncologistas no tratamento do paciente oncológico. “A Brazilian Journal of Oncology está passando por um amadurecimento editorial muito promissor, que trará mais dinamismo e integração entre os editores, autores e revisores”, frisa. “Estamos chamando a atenção da comunidade científica para, juntos, tornarmos a BJO uma das principais revistas médicas do país e referência em Oncologia.”
Em setembro, será lançado o novo site da BJO, com conteúdo todo em inglês e linguagem html, além dos PDFs, busca por título, autor e palavras-chave, entre outras ferramentas. “A BJO está sendo aprimorada como uma revista de padrão internacional, com acesso prático para os leitores e atendendo os requisitos estabelecidos pelos indexadores científicos”, diz o Dr. Wilson Luiz da Costa Jr, editor de Cirurgia Oncológica da BJO. “O número de submissões vem aumentando e contamos com a participação dos colegas”, finaliza.