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Equipe Grano

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O anúncio do diagnóstico de câncer de Kate Middleton, de 42 anos, a princesa de Gales, trouxe à tona um alerta para um fenômeno que tem preocupado especialistas no Brasil e no mundo nas últimas décadas: o aumento dos casos de câncer em adultos jovens. Um estudo realizado pela ACS (American Cancer Society) revelou que o número de casos de câncer colorretal diagnosticados em pessoas com menos de 55 anos quase dobrou nos Estados Unidos ao longo dos últimos dez anos.

Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, Dra. Maria Ignez Braghiroli, membro do Comitê de Tumores Gastrointestinais Alto da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), destaca que essa tendência de aumento de casos entre adultos jovens tem sido observada em escala global. “E, em se tratando de tumores do trato digestivo, o câncer de cólon é mesmo o protagonista”, comenta. “Diversas instituições hoje recomendam que o rastreamento seja iniciado aos 45 anos para a população global, exceto em casos específicos de predisposição pessoal ou familiar nos quais deve ser feito ainda mais cedo”, ressaltou a oncologista.

Veja a reportagem da Folha de S. Paulo

Fantástico: Presidente da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho, comenta sobre como lidar com o diagnóstico de câncer

A presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Anelisa Coutinho, concedeu entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, exibido nesse domingo (24). A oncologista clínica falou sobre a importância do acolhimento médico no momento de revelar ao paciente um diagnóstico oncológico.

“Precisamos desmistificar isso [diagnóstico do câncer]. É uma das doenças mais frequentes hoje – atrás apenas das doenças cardiovasculares. O câncer não é mais uma sentença de morte”, comenta Dra. Anelisa.

A reportagem repercute a notícia recente sobre o diagnóstico de câncer da princesa britânica Kate Middleton e traz relatos da empresária e influencer Fabiana Justus e da atriz Heloisa Périssé, que também já passaram por cuidados oncológicos.

Assista a reportagem na íntegra.

As mulheres são maioria nas equipes e departamentos de oncologia no Brasil. No entanto, elas estão menos em cargos de chefia do que os homens. É o que mostra a pesquisa Liderança Feminina na Oncologia, realizada em parceria pela SBOC e pelo Datafolha. A disparidade salarial entre homens e mulheres também foi notada por 44% dos médicos que responderam à pesquisa, principalmente na oncologia como um todo. Isso impacta diretamente na satisfação com a progressão de carreira, que é mais alta entre os médicos homens.

O maior número de mulheres nas equipes e departamentos reflete a oncologia no Brasil, segundo Dra. Anelisa Coutinho, presidente da SBOC. Apesar disso, existe uma grande diferença na ocupação dos cargos de chefia. “Há ainda um preconceito por parte da sociedade e muitas vezes daqueles que chefiam, que acham que a mulher não deve ocupar esses cargos”, completa.

A pesquisa foi desenvolvida a partir de um questionário da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), aplicado internacionalmente, e se enquadra em um projeto maior desenvolvido pela SBOC com apoio das indústrias farmacêuticas Daiichi Sankyo e MSD. Ao longo deste ano acontecerá uma série de debates para discutir o tema e, em novembro, durante o XXV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica será lançado um material inédito sobre o assunto.

Confira o texto na íntegra no site da Folha de S. Paulo

A imunização de pacientes oncológicos contra o vírus da Influenza pode reduzir em até 58% o risco de mortalidade por esse tipo de infecção. Por isso, é fundamental que todos os pacientes com câncer, a partir dos 6 meses de idade, recebam esse imunizante. As complicações por gripe Influenza é apenas um dos exemplos destacados no “Guia de Vacinação no Paciente Oncológico”, produzido pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Segundo explica a oncologista clínica Dra. Mariana Scaranti, membro da SBOC e uma das autoras do Guia, pacientes oncológicos podem apresentar o comprometimento do sistema imunológico, o que requer cuidados especiais em relação a imunizações. “Precisamos olhar para este paciente como um todo e a prevenção de doenças infectocontagiosas, através da vacinação, é fundamental para promoção da saúde em sua integralidade”, afirma.

Sobre o calendário vacinal das pessoas com câncer, também em destaque no Guia, a especialista conta que as recomendações são individualizadas porque dependem de variáveis como idade, histórico de imunizações, entre outros fatores. “É muito importante que todo paciente oncológico consulte seu médico para entender quais vacinas são recomendadas ou contraindicadas”, diz. “Nossa diretriz vai auxiliar o médico oncologista nessa tomada de decisão”, acrescenta a oncologista.

Vacinas contraindicadas

Pacientes com câncer, em tratamento imunossupressor e com doença maligna não controlada não devem receber vacinas desenvolvidas por bactérias ou vírus vivos atenuados, como por exemplo a vacina da dengue ou do sarampo. Além disso, qualquer antecedente de alergia grave a algum componente da vacina pode contraindicar a administração de um imunizante.

Idealmente, essas vacinas devem ser administradas pelo menos 30 dias antes do início do tratamento imunossupressor. Caso não tenham sido aplicadas nesse período, a recomendação é adiá-las por, no mínimo, três meses após o término da quimioterapia, desde que o câncer esteja em remissão e o paciente não esteja enfrentando um estado grave de imunocomprometimento.

Vacina Covid-19

Todas as vacinas para Covid-19 disponíveis hoje são inativas e não há contraindicações para vacinação de imunocomprometidos. As vacinas de vetor viral são constituídas por vírus não replicantes e classificados como funcionalmente inativas. Além das três doses iniciais, reforços são previstos. Segundo o Ministério da Saúde, a partir de 2024, a vacinação será anual e voltada aos grupos prioritários, incluindo pessoas com câncer e/ou em tratamento imunossupressor.

Precauções Gerais

Recomenda-se adiar a vacinação em casos de doença febril, de moderada a grave, para evitar confusão entre uma eventual piora no estado de saúde e um potencial evento adverso pós-vacinal. Para indivíduos com distúrbios de coagulação ou em uso de anticoagulantes, é essencial aplicar vacinas intramusculares com cuidados adicionais para prevenir sangramentos e hematomas. Dependendo da doença de base e sua gravidade, a via subcutânea ou a administração de fatores de coagulação ou concentrados de plaquetas, antes da aplicação, podem ser indicadas.

É fundamental ressaltar ainda que reações alérgicas tardias, ocorrendo entre 48 e 96 horas após a vacinação, não representam risco de morte e não contraindicam o uso das vacinas. Contudo, eventos adversos graves pós-vacinação devem ser investigados, e se for demonstrada uma relação causal com a vacina, podem contraindicar doses subsequentes.

Lançamento do Guia

O lançamento do Guia de Vacinação no Paciente Oncológico acontecerá nesta quarta-feira, 20 de março, às 19h, em live transmitida no Instagram de ambas as sociedades (@sboc_oncologia e @sbim_nacional), com a presença das autoras do documento.

O Guia estará prontamente disponível para consulta e download no site oficial da SBOC, servindo como um norte aos profissionais que buscam mais informações sobre cuidados especiais que devem ser tomados para imunizar pacientes com câncer contra outras doenças.

“Consideramos que disponibilizar essas orientações online é essencial para fortalecer os cuidados e promover uma melhor qualidade de vida para aqueles que enfrentam desafios únicos durante o tratamento oncológico”, finaliza a Dra. Maria Ignez Braghiroli, diretora da SBOC e coordenadora da segunda edição do “Guia de Vacinação no Paciente Oncológico”.

Além da Dra. Mariana Scaranti e da Dra. Maria Ignez, o Guia também conta com a autoria das médicas pediatras Dra. Isabella Ballalai e Dra. Tânia Petraglia.

Neste Março Lilás, Mês de Conscientização Sobre o Câncer de Colo do Útero, uma importante iniciativa nacional foi criada para ajudar a enfrentar a doença que afeta mais de 17 mil pessoas por ano, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Trata-se da incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) do teste molecular de detecção do Papilomavírus Humano (HPV), o principal causador do câncer de colo do útero, também chamado de câncer cervical.

A novidade foi publicada no Diário Oficial da União na semana passada. Segundo o Ministério da Saúde, enquanto a forma atual de rastreio do HPV, por meio do exame conhecido popularmente como Papanicolau, deve ser realizada a cada três anos e, em caso de detecção de alguma lesão, de forma anual, a testagem proposta pela tecnologia incorporada é recomendada para ser feita a cada cinco anos. “Essa mudança traz melhor adesão e facilita o acesso ao exame”, informa a pasta.

Para especialistas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a inclusão do novo teste é mais um avanço na prevenção do câncer do colo do útero, já que mais de 90% dos casos da doença estão ligados ao HPV.

Segundo o INCA, 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas, sendo que esta porcentagem pode ser maior nos homens. Atualmente, a estimativa é que entre 25% e 50% da população adulta feminina e 50% da população adulta masculina mundial estejam infectadas pelo HPV.

“Apesar dos esforços de rastreamento, o câncer de colo do útero segue sendo um problema de saúde pública no País. O rastreamento de Papanicolau é uma estratégia eficaz, no entanto, não atingiu seu potencial em países de baixa e média renda, como o Brasil. Novas estratégias de rastreamento são necessárias e o HPV DNA já se mostrou mais simples e pode ser a solução para este desafio”, comenta a Presidente Eleita da SBOC (Gestão 2025), Dra. Angélica Nogueira.

O novo teste é realizado por meio da coleta de material do colo/vagina - da mesma forma que o Papanicolau - e consegue identificar a presença do DNA do vírus no trato genital feminino. “O teste molecular é altamente sensível e é uma ferramenta fundamental para redução da incidência e mortalidade por câncer do colo do útero. Lembrando que no Brasil o câncer de colo do útero é a terceira neoplasia mais incidente entre as mulheres, com mais de 17 mil novos casos diagnosticados por ano”, afirma a coordenadora do Comitê de Tumores Ginecológicos da SBOC, Dra. Andreia Melo.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é uma das 27 entidades eleitas para a nova formação do Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB) durante o triênio 2024/26. A eleição contou com a votação de 53 Sociedades, entre os dias 26 de fevereiro e 7 de março, por meio de plataforma eletrônica.

O Conselho Deliberativo da AMB, do qual a SBOC fez parte no último triênio, é formado pelas Sociedades de Especialidade eleitas e pelas 27 Federadas estaduais da entidade nacional, tendo como intuito estabelecer e fomentar a interação entre as instituições. O grupo funciona de maneira consultiva, podendo ser convocado extraordinariamente pela Diretoria da AMB.

“É uma honra para a SBOC ter sido eleita para este Conselho da AMB, entidade a qual somos filiados e mantemos uma parceria profícua e perene. Agradecemos todas as Sociedades pela confiança depositada na nossa instituição e celebramos ter feito parte de um processo de escolha transparente e eficiente”, afirmou Dra. Anelisa Coutinho, presidente da SBOC.

O presidente da AMB, Dr. César Eduardo Fernandes, ressaltou o processo democrático e agradeceu a maciça participação e envolvimento das Sociedades de Especialidade. Após a divulgação dos resultados, a Associação reiterou a sua missão de defender a dignidade profissional do médico e a assistência de qualidade à saúde da população, se comprometendo a manter suas atividades focadas no desenvolvimento do trabalho conjunto entre as entidades, Federadas e Sociedades de Especialidade, sempre visando promover o movimento associativo e a defesa da boa medicina.

A presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Anelisa Coutinho, esteve na sede da Academia Nacional de Medicina (ANM), no Rio de Janeiro (RJ), na última sexta-feira, 8 de março, para se reunir com a nova presidente da entidade nacional, a Dra. Eliete Bouskela.

“Foi uma excelente reunião. O encontro foi convocado pela nova presidente da ANM com objetivo de reunir representantes das Academias médicas e das Sociedades de especialidades para fortalecer a colaboração e motivar um trabalho conjunto em benefício da medicina, com atenção prioritária à qualidade”, detalhou Dra. Anelisa.

Dra. Eliete Bouskela, acadêmica titular desde 2004 e ocupante da cadeira nº 94, tomou posse na entidade no dia anterior (7). Sua Diretoria liderará a ANM no biênio 2024-25. Ela tornou-se a primeira presidente mulher da Academia, tendo sido a sexta ingressar nos quadros da instituição.

Nesta sexta-feira, 8 de março, a presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Anelisa Coutinho, participou virtualmente do II Simpósio de Cardio-Oncologia da Bahia, organizado pela Escola de Saúde Pública da Bahia Professor Jorge Novis (ESPBA). O evento girou em torno da interação entre a cardiologia e a oncologia no sentido de prevenir, diagnosticar e tratar as complicações cardiovasculares relacionadas aos cuidados do câncer.

A presidente da SBOC iniciou lembrando que a oncologia clínica é uma especialidade que demanda multidisciplinaridade, com envolvimento de diversos especialistas, inclusive o cardiologista. “Quando tratamos dessas duas, falamos das doenças mais prevalentes atualmente: as cardiovasculares e os cânceres. E a intersecção entre elas é muito frequente. O paciente oncológico muitas vezes já chega com uma doença cardiovascular de base”, comentou.

Dessa forma, a recomendação para avaliação conjunta com cardio-oncologista se insere em diversas etapas do cuidado do paciente oncológico. Quando já há o conhecimento de doença cardiovascular prévia, é mandatório a avaliação do cardiologista antes das terapias oncológicas sejam elas cirúrgicas ou clínicas.

“Além disso, há um grande número de drogas antineoplásicas, incluindo quimioterápicos, que tem algum potencial cardiotóxico, e isso deve ser avaliado previamente e seguido com atenção. Portanto, essa é uma parceria pró-paciente. Precisamos disseminar essa área de atuação e a capacitação de profissionais da cardiologia com um olhar para a oncologia, que sejam acostumados com essas diversas drogas oncológicas”, afirmou Dra. Anelisa.

Por fim, a especialista ressaltou a aproximação institucional entre a SBOC e as Sociedades de Especialidade de Cardiologia, seja na produção de diretrizes, seja na integração em congressos e simpósios. “É nosso dever disseminar a cardio-oncologia entre os oncologistas e os cardiologistas, criando uma parceria frutífera em prol do paciente”, completou.

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