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Nesta semana, em 9 de agosto, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2.952/2022, que institui a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), de autoria da Comissão Especial sobre Ações de Combate ao Câncer. Agora, a proposta será encaminhada ao Senado Federal.
O intuito do projeto é que, uma vez promulgado, as Comissões Intergestoras do SUS pactuem as responsabilidades dos entes federativos nas linhas de cuidado ao câncer que compõem a política, levando em consideração as características demográficas e epidemiológicos e o desenvolvimento econômico-financeiro de cada parte.
Também será mantido pelo poder público um sistema de dados com o registro de suspeitas e confirmações de casos de câncer. O formulário virtual também irá arquivar os detalhes do processo de assistência, com o objetivo de facilitar a supervisão eficaz da execução da política nacional. No sistema, os pacientes também poderão consultar suas posições nas filas de espera.
Outra novidade que o texto traz é o Programa Nacional de Navegação da Pessoa com Diagnóstico de Câncer. Esta parte do projeto determina um passo a passo para o paciente em todas as etapas: do diagnóstico ao tratamento do câncer, desde o momento da suspeita da doença. A expectativa é que isso possa agilizar o atendimento.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Carlos Gil Ferreira, a iniciativa é um passo para garantir um ponto fundamental do SUS: a equidade. “A reorganização do atendimento ao câncer no SUS pode ajudar a solucionar as inequidades que existem no próprio serviço público, bem como aproximá-lo do atendimento privado prestado hoje. Esperamos que o projeto avance e signifique um novo momento para a oncologia brasileira”, comentou.
Desde o início da legislatura, a SBOC tem participado de diversas audiências públicas da Comissão Especial sobre Ações de Combate ao Câncer, presidida pelo deputado federal Weliton Prado. Na avaliação do parlamentar, o projeto é um marco no combate à doença, que já é a mais letal em muitas cidades do Brasil.
A Comissão, na figura da deputada federal Silvia Cristina, também convocou um seminário, em São Paulo, para discutir o tema. O objetivo é colher informações que possam contribuir no estímulo ao conhecimento e permitir a conscientização quanto ao combate ao câncer no Brasil. A SBOC é uma das entidades convidadas a participar do encontro, que acontecerá no próximo dia 18 de agosto, às 10h.
Nos dias 1 e 2 de agosto, a nova Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer foi o centro da discussão da Edição Especial Global Forum 2023. Organizado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, o evento discutiu temas que impactam a saúde brasileira e contou, nesta edição, com a presença de diversas autoridades da saúde, como o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Carlos Gil Ferreira.
Desde 2019, outro evento da entidade, o Global Forum Fronteiras da Saúde, acontece para desenvolver e propor soluções sustentáveis para diversas questões sanitárias. Para dar conta de discussões mais pontuais, porém, foi criado o Edição Especial Global Forum, que se debruça sobre pontos mais específicos. Em 2023, a escolha pelo tema se deu pela necessidade de revisão das políticas de combate ao câncer no país, sobretudo sob a ótica da parte mais importante do processo: o paciente.
No primeiro dia, Dr. Carlos Gil esteve presente na abertura do encontro, dividindo a sessão com Marlene Oliveira, presidente do Lado a Lado, Dr. Roberto de Almeida Gil, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e ex-presidente da SBOC, Dr. Fernando Henrique Maia, coordenador da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, e os deputados Eduardo Pedrosa, Silvia Cristina e Weliton Prado.
Mais tarde, no mesmo dia, o presidente da SBOC participou do painel “Os números do câncer assustam, mas as desigualdades no diagnóstico e tratamento assustam mais ainda”, moderado pelo mastologista Dr. Bruno Laporte, com Dr. Carlos Gil, Dr. Roberto Gil, Dr. Fernando Henrique Maia e Larissa Verissimo, consultora da Organização Pan-americana de Saúde, como debatedores.
O Instituto Lado a Lado pela Vida nasceu em 2008 para conscientizar os homens a cuidarem da saúde. Em 2011, a entidade foi organizadora da campanha Novembro Azul. Atualmente, realizam ações relacionadas a diversos tipos de câncer, como os tumores mamários, pulmonares, colorretais, entre outros.
No último sábado, 29 de julho, gestores de diversas Sociedades de especialidades médicas se reuniram em Campinas (SP) para um encontro de troca de experiências. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) foi representada na ocasião por sua diretora-executiva, Dra. Marisa Madi.
O encontro possibilitou diversas reflexões sobre desafios semelhantes que enfrentam as diferentes entidades, independentemente do tamanho. Também ficou evidente que todas as Sociedades estão em uma tendência de profissionalização administrativa.
“No encontro, abordamos também questões relacionadas a eventos, relacionamento com associados, planejamento estratégico e programas educacionais. Foi uma excelente reunião e esperamos repeti-la no futuro”, conta Dra. Marisa.
Além da SBOC, estiveram representadas por seus gestores as Sociedades Brasileiras de Dermatologia, de Endoscopia Digestiva, de Cirurgia Oncológica, de Cardiologia, de Ortopedia e Traumatologia e de Medicina Nuclear, as Associações Brasileiras de Medicina Intensiva e de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, o Colégio Brasileiro de Radiologia e a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, entre outras.
Em matéria publica pelo Jornal O Globo, as farmacêuticas Moderna e MSD anunciaram o início da terceira e última etapa dos testes clínicos com o imunizante desenvolvido para o tratamento de pacientes com melanoma, tipo de câncer de pele mais letal.
O oncologista clínico e ex-presidente da SBOC, Dr. Gustavo Fernandes, concedeu entrevista ao veículo e reforçou a evolução das terapias de RNAm no período pós pandemia: “Essa vacina para melanoma vem gerando uma repercussão muito grande na comunidade científica. O estudo da fase 2 demonstrou um benefício bem interessante”.
O resultado apresentado mostrou um potencial significativo durante a fase dois dos estudos, quando, em conjunto com o anticorpo monoclonal Keytruda, proporcionou uma redução de 44% nas mortes e recorrências do tumor em comparação com aqueles que somente receberam o medicamento.
Estudos revelaram resultados promissores com duas substâncias encontradas na fruta da lobeira, sugerindo que elas podem ser potenciais tratamentos contra o câncer. No entanto, é importante ressaltar que essas pesquisas ainda estão em fases iniciais, e a presença desses componentes na fruta não garante que ingerir o alimento tenha algum efeito comprovado no combate ao câncer.
É fundamental enfatizar que não há evidências científicas que corroborem tais alegações, e a busca por tratamento adequado deve sempre ser orientada por profissionais de saúde especializados. O Instituto Nacional do Câncer (INCA), esclareceu em comunicado que não existe "um único alimento com efeito milagroso capaz de prevenir ou curar o câncer isoladamente".
Em entrevista à Reuters Fact Check, a oncologista Maria Braghiroli, membro do Comitê de Tumores Gastrointestinais da SBOC, explicou que muitos tratamentos farmacológicos têm origem em substâncias encontradas na natureza. Contudo, ela afirmou que desconhece qualquer tipo de terapia contra câncer baseada na ingestão do suco ou da polpa da lobeira.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) lança nesta sexta-feira, 21 de julho, o Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIP). A iniciativa pretende estimular e apoiar o desenvolvimento de estudos científicos e projetos de pesquisa brasileiros com foco na diminuição das disparidades e pela equidade de acesso ao tratamento oncológico.
Presidente da SBOC e idealizador do Fundo, o oncologista clínico Dr. Carlos Gil Ferreira explica que a inciativa é um marco para além da oncologia porque impulsiona a ciência brasileira e os importantes trabalhos de pesquisa realizados no país. “Com o crescente número de casos de câncer e o avanço das terapias possíveis, o investimento em tratamento oncológico torna-se crucial e o investimento em pesquisa primordial”, comenta. “Nesse contexto, surge o FIP, que representa uma pró atividade da SBOC no estímulo à pesquisa inovadora, visando a melhoria no cuidado do paciente oncológico”, acrescenta.
O FIP-SBOC aceitará propostas de profissionais brasileiros com experiência comprovada na área e com projetos conduzidos em instituições nacionais com estrutura adequada. “Os trabalhos serão recebidos e classificados por um Comitê Avaliador técnico, nomeado pela Diretoria da SBOC, e serão julgados por originalidade, relevância científica, adequação metodológica e experiência científica prévia do candidato”, explica Dr. Carlos Gil.
Os prêmios de incentivos financeiros serão concedidos em três categorias: R$ 150 mil, R$100 mil e R$ 50 mil. Tais valores poderão financiar insumos e materiais gerais necessários para a pesquisa aprovada, bolsas de pesquisa, passagens e hospedagens para Congressos, além de realização de testes e contratação de serviços para o desenvolvimento do projeto.
As inscrições e envios dos projetos devem ser feitos neste link até o dia 22 de setembro e o resultado dos contemplados será divulgado durante o XXIV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que acontecerá de 16 a 18 de novembro na cidade do Rio de Janeiro.
Cronograma do FIP SBOC
Na última quinta-feira (13), instituições vinculadas à Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgaram que o aspartame, um dos adoçantes artificiais mais utilizados globalmente, é classificado como “potencialmente cancerígeno”.
De acordo com a OMS, é considerado seguro o consumo de até 40 mg/kg de peso corporal por dia. Para ilustrar, um adulto com o peso de 70 kg, considerando uma lata de refrigerante de 200 ml, contendo 200 mg de aspartame, poderia ultrapassar a dose recomendada somente após a ingestão de 9 unidades da bebida por dia.
Durante entrevista ao programa Bom dia Brasil, o oncologista Gustavo Santos, ex-presidente e membro do Comitê de Defesa Profissional da SBOC, ressaltou a importância da conscientização, mesmo diante da falta de conclusões definitivas. Ele enfatizou a importância de adotar uma dieta saudável, com baixo consumo de açúcar e adoçantes, como parte de uma boa higiene alimentar.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) se integrou como uma das instituições responsáveis pela publicação do periódico científico Brazilian Journal of Oncology (BJO). A instituição se junta à manutenção da revista ao lado das principais entidades médicas no campo da oncologia: as Sociedades Brasileiras de Oncologia Clínica (SBOC), de Cirurgia Oncológica (SBCO) e de Radioterapia (SBRT).
Com essa parceria estabelecida, o Brazilian Journal of Oncology agora conta com a contribuição do Dr. Elvis Terci Valera, mestre e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), onde também atua como docente colaborador na pós-graduação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Ele será o novo editor responsável pela área de oncologia pediátrica do periódico.
Desde janeiro de 2023, o BJO tem como editor o Dr. Auro Del Giglio, graduado e doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e Professor Titular de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Medicina do ABC.
“É fundamental que todos os esforços da oncologia brasileira possam convergir para que se produza uma grande e boa alternativa de divulgação científica. É, então, com muito prazer que vemos a oncologia pediátrica se incorporar à revista, assim como a cirurgia oncológica, a oncologia clínica e a radioterapia. Dessa forma, esperamos caminhar para mais indexações e fazer da BJO um veículo ainda mais respeitado na oncologia brasileira”, afirma Dr. Del Giglio.
O periódico foi lançado em 2017 como uma publicação exclusivamente on-line e open access e tem passado por um processo de crescimento nos últimos anos, sendo consolidada em novos indexadores, como o Directory of Open Access Journals (DOAJ). A revista também é indexada nos sistemas Sumários.org e Google Acadêmico.
A SOBOPE tem como foco os profissionais da área de oncologia pediátrica e o tratamento e a prevenção do câncer em crianças e adolescentes. O apoio da entidade ao Brazilian Journal of Oncology se une ao compromisso contínuo das patrocinadoras em construir um ambiente abrangente para a pesquisa e o avanço da oncologia no Brasil, reforçando o compromisso de disseminar o conhecimento científico e contribuir na luta contra o câncer.
Mais de 6 mil representantes da sociedade civil, entidades, fóruns regionais, movimentos e organizações sociais se reuniram de 2 a 5 de junho, em Brasília (DF), para a 17ª Conferência Nacional da Saúde. Realizado a cada quatro anos, o evento tem como objetivo debater e construir conjuntamente as políticas públicas e propostas que irão nortear as ações e decisões do Governo Federal para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Após promover a 1ª Conferência Livre de Oncologia Clínica, que possibilitou a deliberação de uma proposta coletiva de acesso a antineoplásicos no SUS, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) esteve representada no evento em Brasília por sua diretora-executiva, Dra. Marisa Madi, que acompanhou de perto as discussões e a inclusão das principais sugestões da SBOC ao relatório final da Conferência.
A primeira intervenção da Sociedade foi o envio de uma diretriz, que defende viabilizar o acesso universal, integral, em tempo oportuno de forma humanizada de modo a reduzir a iniquidade e o atraso efetivo dos pacientes aos tratamentos antineoplásicos incorporados no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, a entidade enviou uma proposta recomendando a compra centralizada de antineoplásicos quando há apenas um fabricante para tratamentos de até um ano; ou que o Ministério da Saúde garanta um lastro de renumeração e fiscalização em casos de compra descentralizada, com regras de financiamento estabelecidas em conjunto com a Comissão Intergestores Tripartite.
“A Conferência foi um importante processo de discussão. Um caminho oficial para nos manifestarmos e colocarmos questões importantes para a oncologia clínica no SUS. Além de registrarmos no relatório a nossa preocupação com o acesso a tratamentos, falamos também de prevenção, diagnóstico precoce e cuidados paliativos. Todas as propostas vão ser consideradas no Plano Nacional de Saúde nos próximos anos e é muito significativo ter diretrizes da oncologia incluídas”, comentou Dra. Marisa Madi.
Conforme destacou o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, a Conferência Nacional da Saúde é o final de um processo amplo e nacional que envolve mais de dois milhões de brasileiros. “Quem participa [em Brasília] são pessoas eleitas delegadas nos diversos espaços de possibilidades de opinarem e debaterem propostas. E não são só pessoas, elas vêm representar propostas e diretrizes que foram aprovadas nas conferências”, afirmou.
Moção de grupo da oncologia é aprovada
Além do envio de propostas e diretrizes, a SBOC esteve envolvida em uma discussão ampla sobre a oncologia ao lado de outras entidades. Estiveram na iniciativa representantes das Associações Brasileiras de Linfoma e Leucemia (Abrale) e de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG), do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, do Oncoguia e da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).
Em conjunto, as entidades propuseram uma moção solicitando a atualização do modelo de cuidados à pessoa com câncer para garantir não somente o acesso ao tratamento, mas a prevenção, os cuidados paliativos e a melhoria da atenção oncológica no SUS de maneira geral.
O documento recebeu mais de 400 assinaturas e foi aprovado. Dessa forma, as sugestões e reivindicações do grupo de entidades serão encaminhadas à ministra da Saúde e ao coordenador-geral da Política de Combate ao Câncer e ao secretário de Atenção Especializada da pasta, além do Congresso Nacional.