Associados de todas as regiões do país compuseram, na última sexta-feira (23), a Assembleia Geral Extraordinária da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) que inaugurou um novo capítulo da história da entidade, com mudanças estatutárias que terão impacto na maneira como suas regionais são formadas e atuam – entre outras decisões institucionais.
Realizada virtualmente, a Assembleia decidiu pela reforma do Estatuto Social da SBOC nos termos da minuta previamente apresentada (veja o vídeo), em especial para alterar o modelo institucional das Regionais e autorizar a realização, em caráter permanente, de novas assembleias gerais por meio de plataformas virtuais. “Esta decisão, tomada de forma democrática pela comunidade SBOC em um momento tão desafiador como o da pandemia que enfrentamos, reforça o comprometimento que temos com o diálogo para além de qualquer dificuldade. A SBOC segue comprometida em alcançar todos os seus associados para fazê-los exercer seu direito e sua responsabilidade em cada tomada de decisão institucional”, celebra a presidente da entidade, Dra. Clarissa Mathias.
Até então, a SBOC contava com quatro regionais: Minas Gerais e Rio de Janeiro, formadas em 2006, e Bahia e Nordeste, em 2011. Após diversas solicitações de outros estados para que novas regionais fossem criadas, o novo modelo abrange todos os estados brasileiros ao estabelecer cinco representações da SBOC, uma em cada região geopolítica do país: Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul, com vagas de acordo com a quantidade de associados de cada localidade. Além disso, regionais com estados que tenham pelo menos 120 associados, com o mínimo de 80 membros titulares, passam a ter distritos – vagas exclusivas para membros de locais com alta representatividade. “Os distritos foram criados para suprir demandas de estados onde a SBOC é muito representativa. Serão braços estaduais das regionais, mas os eleitos atuarão de forma conjunta por todo o território compreendido pela regional e a equipe técnica oferecerá todo o amparo para essa ampla atuação”, explica o diretor executivo da SBOC, Dr. Renan Clara.
Ao todo, serão 14 representantes regionais, com cinco membros no Sudeste, sendo dois do distrito de São Paulo, um de Minas Gerais, um do Rio de Janeiro e mais um de qualquer estado da região; três do Nordeste, sendo um da Bahia e um de Pernambuco; dois do Sul, sendo um do Rio Grande do Sul; dois do Centro-oeste, sendo um do Distrito Federal; e dois do Norte, a única regional ainda sem distrito. Esses representantes serão eleitos pelos seus pares e poderão usufruir de toda a estrutura física, administrativa e jurídica da SBOC, incluindo sua sede, na capital paulista. Para a Presidente da SBOC, “a aprovação do novo modelo, com mais de 95% de associados a favor, comprova a união dos oncologistas para ampliar ainda mais o diálogo e a profissionalização da SBOC; com isso, começa um novo capítulo da história da entidade, que passa a impactar de forma ainda mais estratégica na oncologia brasileira”.
“É uma alegria e um orgulho ver a casa ser organizada dessa maneira, fazendo chegar às nossas representações regionais toda a modernização pela qual a SBOC passou nas últimas gestões e que culminaram na criação da Escola Brasileira de Oncologia (EBO), nas novas plataformas de disseminação do conhecimento oncológico e na participação ativa da entidade nas diferentes instâncias de tomada de decisão da saúde brasileira – tudo isso, agora, mais perto do associado em sua atuação local”, comemora Dr. Gustavo Fernandes, presidente da SBOC entre 2015 e 2017.
O também ex-presidente da entidade, Dr. Sergio Simon, à frente da gestão 2017-2019, destacou o trabalho conjunto de diferentes gestões para o desenvolvimento do novo modelo das regionais. “Este momento histórico chega como resultado de intensos diálogos entre as últimas diretorias à frente da SBOC, e o modelo abraçado pela Assembleia Geral tem em seu DNA esse que é um dos mais fortes traços da entidade: o caráter democrático e representativo de sua atuação em todo o território nacional.”
O presidente eleito da SBOC, Dr. Paulo Hoff, que também participou da elaboração do novo modelo, garantiu que a próxima gestão manterá o diálogo para que a transição das regionais seja implementada. “Vamos acomodar ao máximo as necessidades dessa transição, com o mesmo espírito democrático e de bom senso com que o desenvolvimento da proposta foi conduzido pelas lideranças da SBOC. Saímos desse processo ainda mais fortes e unidos.”
A organização e a constituição jurídicas das regionais também serão alteradas: as representações passam a seguir o regimento interno da SBOC, e não mais o modelo estatutário. No atual modelo, em que cada regional é uma pessoa jurídica autônoma, a burocracia é maior e os custos fixos nas áreas contábeis e financeiras também. “A fragmentação de esforços e de procedimentos burocráticos dificulta a comunicação e as estratégias institucionais, além de implicar em custos desnecessários. Com o novo modelo, que internaliza as regionais, elas deixam de ser pessoas jurídicas independentes e passam a ser representações locais com vínculo direto com a SBOC”, explica o gerente jurídico da entidade, Dr. Tiago Matos.
Saiba mais sobre o novo modelo das Regionais SBOC em sboc.org.br/assembleia-geral.