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Medicina personalizada ainda distante do SUS

Notícias Sexta, 18 Agosto 2017 15:22
Gustavo Fernandes, presidente da SBOC, participa de fórum no Senado Gustavo Fernandes, presidente da SBOC, participa de fórum no Senado Divulgação / Instituto Lado a Lado Pela Vida

A incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de tratamentos individualizados e mais eficazes, por meio de novas tecnologias e testes genéticos, foi o tema central do I Fórum Nacional sobre Medicina Personalizada. O evento ocorreu nesta semana, no auditório do Senado Federal, em Brasília. O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Gustavo Fernandes, foi um dos convidados do Instituto Lado a Lado Pela Vida. A ONG reuniu especialistas de diversas áreas e parlamentares para discutir avanços e desafios desse cenário considerado novo e promissor.

Os participantes reafirmaram que as dificuldades de acesso a essas inovações na saúde pública estão atreladas ao financiamento insuficiente da saúde no Brasil e ao alto custo dos novos medicamentos. O Dr. Gustavo Fernandes acredita na definição de prioridades para que as novas tecnologias sejam efetivamente incorporadas, ainda que de forma lenta.

Outro caminho citado pelo presidente da SBOC é que o Estado passe a fazer parte de todo o ciclo de pesquisa e desenvolvimento desses medicamentos. Na opinião dele, além de baixar significativamente os custos e equilibrar a relação comercial com os laboratórios, isso proporcionaria desenvolvimento econômico e científico para o país.

O oncologista Marcelo Cruz definiu, durante o evento, o atual modelo de assistência praticado no mundo como medicina de imprecisão. O especialista apontou que, nos Estados Unidos, as reações adversas aos medicamentos são a quarta causa de hospitalizações, respondem por 100 mil óbitos ao ano e têm um custo de US$ 150 bilhões. Ele considera que análises de custo-efetividade das novas tecnologias de prevenção, detecção precoce e terapia personalizada poderão justificar sua disponibilização no sistema público de saúde. "Acredito que a medicina de precisão na detecção precoce e prevenção, mais até do que no tratamento, mudará o panorama do câncer", afirma.

Última modificação em Segunda, 21 Agosto 2017 15:10

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