Natural de Belo Horizonte (MG), Dra. Andréia Melo graduou-se em Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais, em 2003; e no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado fez sua residência em Clínica Médica. O próximo passo de sua formação foi na instituição a qual até hoje é vinculada: o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Rio de Janeiro (RJ).
Ainda no INCA, Dra. Andréia fez residência médica em Oncologia Clínica, mestrado e doutorado, quando pesquisou, respectivamente, câncer de pulmão não pequenas células e câncer do colo do útero localmente avançado.
Atualmente, ela é chefe da Divisão de Pesquisa Clínica do INCA, médica oncologista no Grupo Oncoclínicas e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Estácio de Sá.
No âmbito acadêmico, tem atuação prolífica na publicação de artigos e pesquisas, bem como na participação de bancas e em orientações de teses e dissertações. Também já recebeu diversos prêmios e títulos, como o Mulheres na Ciência, em 2020, entregue por L’Oréal, Unesco e Academia Brasileira de Ciências; e o Jovem Cientista do Nosso Estado, em 2022, entregue pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ)
Já fez parte da diretoria do Grupo Brasileiro de Melanoma e é atualmente diretora de Pesquisa do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA). Ingressou na Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) em 2010 e na entidade já fez parte da diretoria por duas gestões (2019/21 e 2021/23); foi presidente da Comissão Científica do Congresso SBOC 2023 e hoje é coordenadora do Comitê de Tumores Ginecológicos e membro de Comitê de Lideranças Femininas.
Pela vasta experiência na oncologia e na pesquisa clínica, Dra. Andréia Melo foi prestigiada com o Prêmio SBOC de Protagonismo Feminino na Oncologia. O reconhecimento é entregue às mulheres que contribuem significativamente na promoção de ambientes profissionais equânimes e que sejam reconhecidas por sua atuação na especialidade.
Dra. Andréia Melo e os demais contemplados com os Prêmios SBOC 2024 serão homenageados no XXV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que acontecerá de 7 a 9 de novembro, no Rio de Janeiro. A cerimônia especial de entrega dos troféus aos premiados ocorrerá na sessão plenária do evento: 08 de novembro, às 16h45.
Nos anos anteriores, receberam essa premiação a Dra. Angelita Gama (2019), Dra. Rachel Riechelmann (2021), Dra. Aline Lauda Freitas Chaves (2022) e Dra. Patricia Ashton-Prolla (2023).
BOX
A SBOC conversou com Dra. Andreia Melo e fez a ela três perguntas sobre a sua carreira como oncologista clínica. Confira a seguir:
Como a oncologia surgiu na sua vida e por que escolheu esta especialidade?
Durante a minha residência em Clínica Médica tive a oportunidade de acompanhar o Serviço de Oncologia do Hospital e dois aspectos durante o meu estágio me despertaram o desejo de ser oncologista.
O primeiro deles foi a relação médico-paciente, que em uma especialidade que lida de perto com doenças ameaçadoras à vida, é muito mais intensa e desafiadora do que a de outras especialidades clínicas.
Outro aspecto que me encantou foi a velocidade da incorporação de novas tecnologias na área. Naquela época eu já tinha o desejo de trabalhar com pesquisa durante a minha carreira, e vi na oncologia uma grande oportunidade para ser pesquisadora.
Na sua opinião, qual será o futuro dessa especialidade?
Acredito que ainda vamos aprimorar muito as modalidades de tratamento oncológico com refinamentos nas terapias já consideradas padrão. O melhor entendimento da resistência primária e adquirida, modificações no cronograma das intervenções, uso corriqueiro da biópsia líquida, o emprego ampliado de escores de risco genômico, além de novas terapias e combinações será o futuro, certamente.
Ainda temos muito o que fazer no campo da educação em saúde com informações sobre prevenção primária, o estilo de vida saudável, a vacinação, o rastreio, o diagnóstico precoce e a sobrevivência após o tratamento de neoplasias.
Como médica oncologista, que na rotina diária lida com doenças graves que causam sofrimento aos pacientes e às suas famílias, sonho em um futuro eliminar as disparidades na saúde e garantir o acesso e a equidade aos cuidados oncológicos para todos os cidadãos brasileiros.
Uma frase, música ou poema que te inspire?
“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade” - Carlos Drummond de Andrade.